sexta-feira, 25 de junho de 2010

Relatório de encontro (7)

Data: 25/06
Horário: 9h
Local: sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Vanessa, Pedro e Joel


Aspectos trabalhados:

1. Neste encontro, abordamos, principalmente, mas não só, o livro O mal estar na civilização, de Sigmund Freud. O fato do mal estar ser algo inato ao ser humano, e que ele utiliza de três formas para escapar do desconforto, a arte/conhecimento, os narcóticos e a religião, foi um dos aspectos levantados na reunião. Fizemos uma ponte entre a obra de Freud, a de Arlindo Machado (Arte e Mídia) e  a de Benjamin (A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica), associando a arte com a comunicação e o jornalismo.

2. Encaminhamento da leitura de trecho do livro A estética (página 72 a 116).


PRÓXIMO ENCONTRO: 02/06, às 9h, ena sala de estudos do Mestrado em Letras.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Relatório de encontro (6)

Data: 18/06
Horário: 14h
Local: sala de estudos do
Mestrado em Letras
Presentes: Fabiana, Vanessa, Pedro e Joel

Aspectos trabalhados:

1. Neste encontro, abordamos mais especificamente as obras Arte e Midia, de Arlindo Machado e A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, de Walter Benjamin. Em consonância, tanto Benjamin quanto Machado percebem a arte como mutável, sofrendo influência direta da sua época. Por outro lado, Machado expõe e exmplifica as possibilidades das artes visuais mais recentes (o cinema mais especificamente) enquanto que Benjamin as enxerga com um certo pessimismo, compreensível pela época na qual escreveu sua obra. Foram citados também alguns conceitos da obra O que é arte, de Jorge Coli que ajudaram a elucidar o tema central proposto para esta reunião.

2. Reencaminhamento da leitura de O mal estar na civilização, de Sigmund Freud e encaminhamento de uma análise da emissão televisiva Hoje é dia de Maria, dirigida por Luiz Fernando de Carvalho e veiculada na Rede Globo em 2005.

3. Para o próximo encontro, assumimos a incumbência de fazer a leitura completa da obra O mal estar na civilização, de Sigmund Freud, e não de fragmentos, como havia se acordado anteriormente além de uma nova análise da bibliografia vista nesta reunião.

PRÓXIMO ENCONTRO: 26/06, às 14h, em local ainda a definir
Colegas,
no encontro de sexta-feira discutimos os caminhos que a arte vem trilhando em tempos de tecnologia avançada e industrialização da cultura. Um dos pontos sobre os quais concordamos foi que são cada vez mais presentes as obras que ultrapassam as fronteiras de gêneros e se permitem experimentar elementos que são próprios de outros tipos de manifestações estéticas. Como, por exemplo, quando atores interagem no palco com um vídeo projetado na parede.

Quanto ao cinema especificamente, como comentamos, o que vem sendo feito de mais interessante nos últimos anos a nível global são aproximações inteligentes entre o ficcional e o documental - chegando ao ponto de ser difícil distinguí-los. Três filmes recentes ilustram bem essa tendência. Na minha opinião, aliás, foram os melhores lançados no ano passado, indiscutivelmente.


Valsa com Bashir (Líbano/Israel) foi o que comentei na reunião. Vejam só a miscelânea: é em parte um documentário tradicional, com depoimentos e imagens de arquivo. Mas também há narrativa ficcional (como na cena de abertura, que se trata de um sonho). E mais: o diretor é protagonista e o filme é quase todo EM ANIMAÇÃO.


Aquele Querido Mês de Agosto é um filme português e incrivelmente original, diferente de qualquer coisa que já assistimos. Aqui, além de ficção e documentário (o filme faz um giro por festas populares do interior do país), os bastidores das filmagens também ganham evidência.



Por fim, o francês Entre os Muros da Escola, que ganhou em Cannes no ano passado (ou retrasado?). Praticamente todo ambientado em uma sala de aula de escola pública de Paris, o filme é todo ficcional, a não ser pelo fato de que os (não) atores interpretam eles mesmos. Digo, os alunos são mesmo alunos, os professores são mesmo professores e os nomes reais são preservados. O fato é que as interpretações são tão críveis que sentimos estar diante de um vídeo antropológico.

Além de altamente recomendáveis, os três títulos são importantíssimos, penso eu, para entendermos o cinema de hoje.




sábado, 12 de junho de 2010

leituras

E aí povo, como vão as leituras?
O texto do Coli, eu penso que é bastante interessante, por ser didático para gente no que toca à questão da arte.
Objetivo. direto. simples. Tipo texto jornalístico (rs,rs).
O do Freud, ao reler, me foi ainda mais intenso e bom, em que pese o fato de ter pensado que vocês, talvez, tenham achado ele muito distante do nosso propósito que é discutir os limites da arte e dos produtos culturais.
A questão dele, na verdade, parece anterior a isso, na medida em que para falar de arte, Freud vai tratar da angústia inata da condição humana. Ao se descobrir só neste mundo, a melancolia do indivíduo só pode ser gerenciada por satisfações substitutivas, como ele mesmo diz, entre as quais se inclui a arte.
O do Benjamin é bom porque trata do que estava acontecendo naquele momento - primeira metade do século XX - a partir da possibilidade técnica de reprodução das obras de arte ao infinito. A nova condição estaria retirando da arte sua aura na medida em que a dessacralizaria.
Agora, é importante perceber que Benjamin, ao mesmo que tempo que faz a crítica aos efeitos que a técnica está provocando na produção estética, antecipa o que Arlindo Machado trata com mais densidade no conceito artemedia, ao dizer que as novas condições técnicas podem sim produzir uma rediscussão sobre o próprio conceito de arte. O que é arte pode mudar no tempo e no contexto.
Assim, acho que teremos uma boa discussão no próximo encontro quando chamaremos esses autores para o diálogo na questão arte X indústria cultural. Não acham???

quarta-feira, 2 de junho de 2010

"O que é arte", de Jorge Coli

Pessoas, encontrei a resenha que fiz do livrinho O que é arte (Brasiliense, 1981), de Jorge Coli, para a disciplina Estética e Cultura Midiática. Não sei se nos valerá, mas de qualquer forma, aí está. Se alguém se interessar, tenho um exemplar em casa.




A arte, para nós

A dificuldade do desafio o qual Jorge Coli pretende enfrentar em O que é arte é assumida pelo próprio, logo nas linhas iniciais do livrinho. Se reconhecer que determinado produto se trata de uma obra de arte é tarefa simples para qualquer um, entender o porquê da decisão e elaborar um suporte teórico a partir dela é algo extremamente complicado. Por meio de uma riquíssima costura de referências e dados históricos, o especialista da Unicamp e crítico da Folha de São Paulo acata a missão e cumpre-a.


A resposta à pergunta-título surge, aliás, sem grandes rodeios nos primeiros parágrafos. A idéia principal, que permeará todo o texto, é a de que há instrumentos, locais e instituições responsáveis pela atribuição do estatuto de arte à uma obra. E, ainda mais importante, que essas ferramentas são absolutamente indissociáveis da cultura na qual estão inseridas. Ou seja, a determinação do que é arte e o que não é, está diretamente relacionada à cultura e ao momento vivido pela sociedade em questão.


O discurso de profissionais autorizados é talvez o instrumento principal de decisão. A palavra de críticos, historiadores, peritos, curadores de museus é reconhecida por nós como determinante. Quando fala-se de locais previstos, considera-se que museus e galerias garantem ao material exposto a etiqueta de “arte”. E quanto às instituições, entende-se, por exemplo, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que protege obras arquitetônicas, invariavelmente conferindo à elas o título de “artística”. O autor conclui:


[...]

O importante é termos em mente que o estatuto da arte não parte de uma definição abstrata, lógica ou teórica, de conceito, mas de atribuições feitas por instrumentos de nossa cultura, dignificando os objetos sobre os quais ela recai.


Essencial ressaltar que, além de determinar o que é arte, esses instrumentos, em especial o discurso crítico, também estabelecem uma hierarquia entre as obras; dispõe-nas em uma ordem de excelências, classificando uma como maior que outra. Daí surge a idéia de “obra-prima”, que seria a peça excepcional em relação às demais (a partir de uma escola, uma década ou um autor).


Ao defender que os critérios de decisão estão ligados à cultura, o autor abre caminho para uma série de discussões. Uma delas diz respeito ao consenso. Dificilmente haverá unanimidade no reconhecimento do valor artístico da obra, mas uma maioria é suficiente para atestar. O interessante é que este consenso não é imutável, pelo contrário, evolui na história. Portanto, o que não foi arte em seu período de origem pode ser reconhecido como arte, hoje.


Outro ponto pertinente é que há objetos que perderam seus papéis de outrora para, então, serem titulados como artísticos. Há peças que originalmente serviam apenas para alguma função prática e que, levadas para museus, transformaram-se em produtos a serem exclusivamente admirados (utensílios domésticos antigos, por exemplo). Outros elementos possuíam funções sociais, econômicas ou religiosas que se dissolveram com o tempo e as mudanças na sociedade. Como exemplo, a ópera, que já foi popular e lucrativa, e hoje é freqüentada unicamente com propósito de apreciação cultural.


A questão do estilo também merece nossa atenção. Como definição, os elementos recorrentes nas obras de um autor, que permitem associá-lo e associá-las à determinada vanguarda. O problema é que esse processo de agrupamento é complexo e depende apenas parcialmente dos tópicos estilísticos, o que muitas vezes é ignorado em taxações apressadas e inadequadas. Coli resgata o pintor Fra Angélico como exemplo:


[...]

É gótico ou renascentista? Podemos perguntar se há necessidade de escolher um rótulo qualquer [...], pois o importante não é assimilar seu estilo ao que supomos seja o gótico ou a pintura de Renascença, mas descobrir o que o artista revela como preocupações, como visão, qual a sua especificidade entre as artes de seu tempo.


Por fim, destacamos as reflexões mais aprofundadas sobre a relação do indivíduo com o objeto artístico. Ainda que, como já dissemos, o rótulo de arte seja atribuído por meio de instrumentos da cultura, algumas peças nos parecem imanentemente possuidoras de valor, acima de qualquer coisa – os grandes títulos universais e atemporais . Tudo isso, no entanto, não passa de projeção. As obras são o que são, “para nós”.


Somada à idéia anterior de que os objetos perdem suas funções primitivas para se tornarem arte, essa relação acaba por distanciar a obra de seu público, justamente porque seu sentido original foi alterado. Ou então, no caso de uma peça que sempre foi artística, porque seu “destinatário” e a situação em que foi produzida, mudaram. Há também fatores de ordem material que se colocam entre nós e a obra: degradação, perda de qualidade, coloração, tonalidade, etc.


Assim, a separação de seu contexto inicial torna a obra de difícil acesso para nós – mais ou menos de acordo com o nível de conhecimento, mas a distância nunca é completamente eliminada. Apreciamos o objeto artístico, atribuindo à ele as significações de nossa cultura. E é esta idéia que traduz perfeitamente o resultado obtido por Jorge Coli neste excelente e altamente recomendável livrinho.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica

O texto abaixo, em PDF, é o "A obra de arte da era de sua reprodutibilidade técnica", de Walter Benjamim.

Freud e Benjamin

Pessoal:

Segue também em PDF o texto clássico "A obra de arte na época da reprodutibilidade técnica" do Walter Benjamin.

Gostaria de lembrar a todos que se aventurarão nas leituras que o Benjamin, apesar de ser um dos frankfurtianos mais leves, é um frankfurtiano, o que demanda relativizarmos sua falta de fé na produção artística.



Já quanto a Freud, este foi muito criticado por este seu texto também pelo pessimismo.

Mas lembrem-se, estamos num momento de ascensão do nazismo e todas estas figuras estão muito incomodadas e assustadas com essa ameaça.



Boa leitura para vocês.

E sobretudo menos tanatos e mais eros a todos.

O mal estar da civilização

Gente, abaixo o texto "O mal estar da civilização", de Sigmund Freud, em PDF.

Relatorio de encontro (5)

Data: 01/06
Horário: 14h
Local: sala da coordenaçao do curso de Comunicaçao
Presentes: Demétrio, Fabiana, Vanessa, Pedro e Joel


Aspectos trabalhados:

1. Na reunião de hoje, houve duas grandes mudanças no nosso projeto. A primeira delas é a entrada de um novo membro, um novo pesquisador. O aluno de Jornalismo, Joel Haas, de agora em diante colaborará com a pesquisa, postará no blog e todo o restante. A segunda, é que reestruturamos o projeto de pesquisa. Mudamos no sentido de que alargamos o objeto de estudo e, também, as bibliografias. Ao invés de nos focarmos apenas no jornalismo diversional, vamos trabalhar com a intersecçao da literatura com o jornalismo, no que toca as semelhançcas e as diferenças entre eles. No que um se apropria do outro e vice e versa.

2. Encaminhamento das leituras de Arte e Midia, de Arlindo Machado; A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, de Walter Benjamin; e O mal estar na civilização, de Sigmund Freud.

3. Para o próximo encontro, assumimos a tarefa de fazer as leituras indicadas e trazer outras possíveis, que possam colaborarcom a pesquisa.

PRÓXIMO ENCONTRO: 18/06, às 14h