domingo, 26 de setembro de 2010

Relatório de encontro (11)

Data: 17/09
Horário: 14h
Local: Sala de Estudos do Mestrado em Letras - bloco 15
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel, Vanessa e Marília



Neste último encontro do grupo de pesquisa tivemos três grandes momentos: a apresentação de um novo membro, discussão sobre o Intercom Nacional e elaboração do instrumental prático da nossa pesquisa.

A nova integrante do grupo é a acadêmica de Jornalismo Marília Nascimento, que entra como voluntária. Ela está desenvolvendo seu projeto de monografia sobre jornalismo diversional no formato revista.

Num segundo momento, conversamos sobre a participação da Unisc no Intercom Nacional, que ocorreu em Caxias do Sul, de 3 a 6 de setembro, e contou com a participação de diversos alunos e alguns professores , incluindo membros do grupo de pesquisa, Pedro, Joel, Vanessa e prof. Demétrio. Participamos de diversos momentos, mas, que interessa à nossa discussão, foram dois momentos DT (Divisão Temática) de Jornalismo sobre Gêneros Jornalísticos, que foi coordenado pelo professor e maior pesquisador do assunto atualmente no Brasil, José Marques de Melo. No sábado, os acadêmicos Pedro, Joel e Vanessa participaram da discussão e, na segunda-feira, o prof. Demétrio apresentou o paper Jornalismo diversional e jornalismo interpretativo: diferenças que estabelecem diferenças, escrito por ele e pela professora Fabiana Piccinin. A partir dessa participação, o presente grupo de pesquisa passa a fazer parte deste GT da Intercom, o que só tem a agregar ao nosso estudo, somando discussões e como forma de integrar-nos às pesquisas sobre gêneros. Outro ponto importante a destacar é que contatamos que a nosso olhar sobre o jornalismo diversional é singular, não há outros pesquisadores fazendo o mesmo que nós.

Ainda sobre o Intercom, destacamos e discutimos sobre alguns textos que foram apresentados no congresso os quais consideramos importantes para fomentar a discussão do grupo. O “eu” que reporta, autoria na revista piaui, de Géssica Gabrieli VALENTINI, e Biografias, entre o jornalismo, a historia e a literatura, de Victor GENTILLI, Carolina Maria Moreira ALVES, Livia CostaBERNABÉ, Luma Poletti DUTRA e Simone Lima AZEVEDO.

Seguindo a discussão, partimos para um momento chave da pesquisa em andamento. Preparamos a primeira pesquisa empírica do grupo. Definimos o objeto de estudo, partindo do jornalismo impresso diário, que ficou estabelecido como Gazeta do Sul e Zero Hora; o período da pesquisa será de 30 dias, de 01 a 30 de setembro de 2010; e a ferramenta de trabalho, que será uma tabela que conterá os dados das notícias e reportagens que se enquadram em jornalismo interpretativo e diversional. O referencial teórico, que tem origem nas discussões do grupo até então e do livro mais recente de Marques de Melo, organizado em parceria com Fransciso de Assis, Gêneros jornalísticos no Brasil. Mais detalhes sobre o referencial no post anterior, A caminho da primeira visada empírica.

Próximo encontro:
Data: 24/09
Horário: 14 horas
Local: Sala de Estudos do Mestrado em Letras

sábado, 25 de setembro de 2010

A caminho da primeira visada empírica

Conforme acordamos no encontro da semana passada, 17, nosso grupo de pesquisa começa a se preparar para a primeira pesquisa empírica, tendo como objeto jornalismo impresso diário.

O primeiro passo - definição do corpus e problema de pesquisa - já foram resolvidos na semana passada.

Amanhã, 24, será o momento de aprofundarmos a discussão em torno dos gêneros e categorias que nos servirão como norte na pesquisa.

Sem entrar em maiores detalhes, podemos adiantar que serão analisadas as categorias interpretativo e diversional, que requerem conceituação.

Por jornalismo interpretativo vamos entender aquele que, a partir do grau de noticiabilidade dos acontecimentos e liberdade estilística, permite não apenas o posicionamento do autor do texto como uma interpretação/explicação mais contextualizada do conteúdo por parte de quem tenha acesso a ele. (SOSTER, PICCININ, 2010)

Os gêneros que compõem o jornalismo interpretativo, segundo José Marques de Melo (2010), são:

DOSSIÊ. Mosaico destinado a facilitar a compreensão dos fatos noticiosos. Condensação de dados sob a forma de "boxes", ilustrados com gráficos, mapas ou tabelas. Trata-se de matéria destinada a complementar as narrativas principais de uma edição.

PERFIL. Relato biográfico sintético, identificando os "agentes" noticiosos.

ENQUETE. Relato das narrativas ou pontos de vista de cidadãos aleatoriamente escolhidos.

CRONOLOGIA. Reconstituição de acontecimentos de acordo com variedades temporais (secular, anual, semanal, horária). Destina-se a reconstruir o fluxo das ocorrências, permitindo sua melhor compreensão pelo receptor.

A estes, e considerando que a interpretação também representa uma forma de aprofundar a informação, acrescemos a REPORTAGEM.

Assim, compõem a categoria JORNALISMO INTERPRETATIVO os gêneros REPORTAGEM, DOSSIÊ, PERFIL, ENQUETE E CRONOLOGIA.

Por jornalismo diversional, sob outro ângulo, como já havíamos adiantado, vamos entender, uma forma de jornalismo que engloba textos que, "(...) fincados no real, procuram dar uma aparência romanesca aos fatos e personagens captados pelo repórter" (MARQUES DE MELO, 1985, p.22).

Por esta perspectiva, a natureza diversional desse tipo de jornalismo está no resgate das formas literárias de expressão: uso de recursos como flashbacks, digressões, diálogos, aprofundamentos psicológicos etc. para estabelecer suas narrativas.

Dada a profusão de nomenclaturas que surgiram após a categorização de Marques de Melo, e em consonância com o que sugere o Dicionário de Comunicação (2009), utilizaremos, na pesquisa, jornalismo diversional como sinônimo de a) jornalismo literário, b) literatura de realidade (ou não ficcional), c) jornalismo em profundidade, ou, ainda, d) jornalismo de autor.

Os gêneros que compõem o jornalismo diversional, novamente de acordo com José Marques de Melo (2010), são:

HISTÓRIA DE INTERESSE HUMANO. Narrativa que privilegia facetas particulares dos agentes noticiosos. Recorrendo a artifícios literários, emergem dimensões inusitadas de protagonistas anônimos ou traços que humanizam os "olimpianos".

HISTÓRIA COLORIDA. Relatos de natureza pictórica, privilegiando tons e matizes na reconstituição de cenários noticiosos. Trata-se de uma leitura impressionaista, que penetra no âmago dos acontecimentos, identificando detalhes enriquecedores, capazes de iluminar a ação de agentes principais e secundários.

Assim, compõem a categoria JORNALISMO DIVERSIONAL os gêneros HISTÓRIA DE INTERESSE HUMANO E HISTÓRIA COLORIDA.

REFERÊNCIAS

BELTRÃO, Luiz. Jornalismo opinativo. Porto Alegre: Sulina, Ari, 1980.

MARCONDES FILHO, Ciro (org.). Dicionário da Comunicação. São Paulo: Paulus, 2009.

MARQUES DE MELO, José; ASSIS, Francisco de. Gêneros jornalísticos no Brasil. São Paulo: Metodista, 2010.

MARQUES DE MELO, José. A opinião no jornalismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.

SEIXAS, Lia. Redefinindo os gêneros jornalísticos: proposta de novos critérios de classificação. Disponível em: [http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/seixas-classificacao-2009.pdf] Acesso em: 5 de fevereiro de 2009.

PICCININ, Fabiana; SOSTER, Demétrio de Azeredo. Jornalismo diversional e jornalismo interpretativo: diferenças que estabelecem diferenças. In: XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Intercom. 2010. Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Anais.