terça-feira, 14 de junho de 2011

Relatório de encontro (28)

Data: 10/06/2011 Horário: 9h30
Local: Sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Joel, Pedro Vanessa e Andreia


Neste enconto, demos continuidade às discussões referentes aos textos do livro O Cinema do Real, organizado por Maria Dora Mourão e Amir Labaki.

O primeiro texto debatido, que foi apresentado pelo acadêmico Joel Haas, é intitulado "Sobre documentos e sapatos", de Russel Porter.

Na sequência, a acadêmica Vanessa Kannenberg coordenou a leitura do artigo "Uma conversa com professores e alunos sobre a realização de documentário", de Michael Rabiger. Neste texto, o autor faz uma fala no sentido de como fazer documentários. De acordo com ele, o problema está em como "produzir documentários que encontrem maneiras novas e individuais de contar histórias, com vigor em suas narrativas" (p.54). Este ponto torna-se interessante do ponto de vista da nossa pesquisa no sentido de que ele corrobora com a ideia de "contar algo para alguém" e de "maneira nova, interessante".

Num outro momento, Rabiger fala que o bom documentário é aquele que permite que o espectador adquira "uma percepção da realidade". Ou seja, ele não precisa dar conta do todo, mas expressa um ponto de vista, uma ideia, assim como uma reportagem jornalística, pois todos sabemos que é impossível descrever o real, há sempre um ponto de vista, uma percepção, embora se busque uma aproximação com os fatos da forma como ocorreram.

Neste o texto, o autor ainda aborda a ideia de que o documentário se difere, por exemplo, de filmes históricos, ou de ficcão, na medida em que estes "olham para trás", e aqueles olham para o presente. Entendemos com isso, não que o documentários fale apenas de temas atuais, mas que, mesmo olhando para fatos passados, a visão com que se olha para trás será sempre do presente, com olhos de quem já sabe o que aconteceu.

Outra questão bastante pertinente do texto é a ideia de "ponto de vista". Para Rabiger, o ponto de vista se refere à "misteriosa combinação de circunstâncias pelas quais criamos simpatia e envolvimento com um personagem" (p.58). Além desse conceito, o de "evidência" também é interessante.

 

Próximo encontro: 17/06, às 9h45, na sala do Mestrado em Letras.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Liliana Sulzbach e o curta "baseado em fatos reais" Amigos Bizarros do Ricardinho

Na terça-feira, dia 07 de junho, o Curso de Comunicação Social da Unisc trouxe para oficina e palestra a produtora audiovisual Liliana Sulzbach. Durante a tarde ela ministrou uma oficina sobre "As diferentes abordagens do documentário" e à noite concedeu uma palestra sobre "Os mecanismos da produção audiovisual".

Baseado em "fatos reais"

E felizmente para o nosso grupo de pesquisa, que está neste exato momento estudando as intersecções entre documentários de ficção e de não-ficção (valendo-se da conceituação de Nichols), Liliana trouxe à luz das discussões a obra ficcional "Amigos Bizarros do Ricardinho".

E a própria sinopse da produção já nos dá algumas pistas: "em personagens reais da vida de Ricardo Lilja, o filme traz a história de um jovem levado ao limite da tensão em um ambiente corporativo. Quando a situação torna-se insuportável, ele cria uma reação estranha: narra aos seus colegas as pequenas e insólitas histórias de seus amigos e familiares na cidade satélite de Viamão, próximo a Porto Alegre".



Assista ao curta gaúcho "Amigos Bizarros do Ricardinho"





Um pouco sobre Liliana Sulzbach
Liliana é Jornalista e mestre em Ciência Política pela UFRGS. Estudou Ciências da Comunicação na Freie Universität Berlin. Sócia-diretora da Tempo Porto Alegre, foi coordenadora de produções e do Núcleo de Cinema e Televisão da Zeppelin Filmes, de 1996 a 2008. Coordenadora Nacional do INPUT (International Public Television Conference) de 2001 a 2004. Trabalhou como produtora independente para a Hamburger Kino Kompanie/Hamburgo, M.Schmiedt Produções, Spiegel TV Alemanha, onde trabalhou em longas-metragens e realizou diversos filmes documentários.

Como diretora atuou em A Invenção da Infância (2000), O Cárcere e a Rua (2004), O Continente de Erico (2005), Um Menino vai para o Colégio (2007), Marleni (Teatro)(2009), A Cidade (2011)(Em finalização).

Como produtora em O Pulso (1997), Sul Sem Fronteiras (2000), Amigos Bizarros do Ricardinho, (2009).

Relatório de encontro (27)

Data: 02/06/2011
Horário: 9h30
Local: Sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Joel, Vanessa e Andreia

Neste enconto começamos as discussões referentes ao livro o Cinema do Real, organizado por Maria Dora Mourão e Amir Labaki . Todos os textos foram retirados do "O É Tudo Verdade? Festival Internacional de Documentários", que faz parte do circuito cultural de São Paulo e do Rio de Janeiro. O evento existe há nove anos e lança um balanço importante das discussões dos últimos quatro anos, ocorridas nas Conferências Internacionais de Documentário, em parceria com o Cinusp, no livro.

A primeira parte do livro, sob o signo da câmera digital, agrupa conferências que partem de questões decorrentes do impacto desta nova tecnologia em confronto com a longa história do documentário, amplamente debatida por Brian Winston e Laurent Roth, tomando como parâmetro a produção européia e americana. A seguir, Russell Porter, Michael Rabiger e Andrés di Tella abordam a produção latino-americana.

Entra em cena, então, o documentário brasileiro, com notáveis intervenções de João Moreira Salles, Eduardo Coutinho, Jorge Furtado, Ismail Xavier e Jean-Claude Bernardet, que constituem um dos pontos altos do livro. As diferentes abordagens convergem sempre para o mesmo ponto, quem quiser alcançar uma visão mais complexa da história recente do país, terá que passar, certamente, pelo documentário brasileiro.

Neste primeiro encontro baseado nos registros do livro, nos debruçamos sobre os dois primeiros capítulos: "A maldição do 'jornalístico' na era digital", de Brian Winston e "A câmera DV: órgão de um corpo em mutação", de Laurent Roth.



Próximo encontro: 10/06, na Sala de estudos do Mestrado em Letras