sábado, 21 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Relatório de encontro (10)

Data: 04/08
Horário: 15h30
Local: bloco 15
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel e Vanessa


Neste encontro demos continuidade à discussão sobre os conceitos abordados no Dicionário de Teoria da Narrativa, de Carlos Reis e Ana Cristina Lopes. Tendo apreendido o significado dos termos autor, narrador e diegese atribuídos pelos autores, nos debruçamos na conceituação de narratário, narrativa, narrador autodiegético, narrador homodiegético e narrador heterodiegético.

Iniciamos refletindo sobre as possíveis situações narrativas em que o autor pode desenvolver seu discurso, são elas: narrador autodiegético, homodiegético ou heterodiegético. Partindo do conceito de que o narrador é aquele que atua na obra literária como conjunto de escolhas - estilísticas, narrativas, etc - do autor, quando o narrador relata as suas próprias experiências, como personagem central da história, ele é autodiegético. Quando ele conta uma história a qual é estranho, uma vez que não a vivenciou, apenas testemunhou, é heterodiegético. Por último, o narrador homodiegético é aquele que veicula informações advindas da sua própria experiência diegética, pois vivenciou a história como personagem, no entanto, diferente do autodiegético que é protagonista, este é alguém secundário.

Num segundo momento, abordamos o termo narrativa. Entendida como ato de relatar, a narrativa é composta por dois aspectos: a história (diegese, conteúdo) e pelo discurso (expressão). Reis e Lopes, na descrição deste conceito, apontam características dominantes do processo narrativo, tais como distanciamento, alteridade, exteriorização, atitude neutra e dinâmica temporal. No entanto, resolvemos adotar tais elementos como estratégias narrativas, ao invés de características, por considerarmos que são opções do narrador, e não pressupostos.

A parte do Dicionário que gerou maior discussão entre o grupo de pesquisa foi o significado de narratário. De complicado apreensão à primeira vista, concluímos que ele é uma entidade fictícia criada pelo narrador, que também é fictício e foi criado pelo autor. Assim, o narratário é uma ferramenta do narrador, nem sempre visível, mas que determina a estratégia narrativa do discurso.


-Para o próximo encontro, a professora Fabiana vai trazer o documentário Nós que aqui estamos, por vós esperamos, de Marcelo Marsagão, e o professor Demétrio traz uma reportagem da revista Piauí para que possamos identificar os conceitos do Dicionário de Teoria da Narrativa nestas narrativas para finalizarmos esta conceituação.

-Ainda na próxima reunião, faremos a discussão sobre o texto O Narrador, de Walter Benjamin.


Próximo encontro:

Data: 13/08
Horário: 14h
Local: Sala de Estudos do Mestrado em Letras

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Relatório de encontro (9)

Data: 23/07
Horário: 9h
Local: sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro e Joel

No encontro desta semana iniciamos a leitura da obra de Carlos Reis & Ana Cristina Lopes, Dicionário de Teoria da Narrativa. Nos debruçamos inicialmente em dois conceitos fundamentais da obra: autor, narrativa. A diegese também foi superficialmente abordada.

Quanto ao autor literário, concluimos parcialmente que ele pode ser considerado escritor quando dá um tratamento artístico, estilístico, rebuscado as palavras - procura demontrar sua arte através delas - e considerado escrevente quando apenas trata as palavras de maneira a testemunhar, explicar, ensinar - certas vezes até didaticamente - o fato escolhido com as suas palavras. Ficou claro que o jornalista na prátcica diária da sua profissão se aproxima mais do escrevente ao escritor.

No que diz respeito ao narrador, observamos que ele se confunde algumas vezes com aspectos inerentes do prórpio autor, por ser uma linha bastante tênue. E tantas vezes, o próprio autor - numa opção pessoal - se propõe a isso, de maneira a confundir o leitor que se envolva com a biografia e história de vida do artista. Aprofundando o conceito, o narrador atua na obra literária como conjunto de escolhas - estilísticas, narrativas, etc - do autor.

Ao final do encontro, realizamos uma breve análise da obra "História Sem Título", de Anton Tchecov onde localizamos alguns aspectos dos conceitos abordados na discussão do dia.

- Para a próxima reunião, ficou acordada a continuidade na discussão de fragmentos do Dicionário de Teoria da Narrativa de Carlos Reis & Ana Cristina Lopes, desta vez nos seguintes pontos: ficcionalidade, gênero narrativo, história, narração, narrador, narratário, narrativa, narratividade, narrador autodiegético, narrador heterodiegético, narrador homodiegético. Também vamos abordar, conforme o tempo disponível, o texto O Narrador de Walter Benjamin além do documentário "Nós que aqui estamos, por vós esperamos" de Marcelo Marsagão, para enriquecer o debate.


- O próximo encontro ficou marcado para 04/08, quarta-feira, às 15h30, na Sala de Estudos do Mestrado em Letras, localizado no 4° andar do bloco 53 (local ainda a confirmar).