quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ensaio: Como se faz uma obra-prima?

Compartilho um ensaio interessante que encontrei de um dos autores por nós estudado, Juremir Machado da Silva. No texto, o pesquisador associa os universos do jornalismo e da literatura de forma interessante, trazendo a tona, novamente, o conceito de "imaginário". Destaquei algumas passagens que considero relevantes para o nosso GT.

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Como se faz uma obra-prima?

A receita para escrever um livro capital existe, mas é muito difícil encontrar os componentes necessários

Retomo este tema. Não existe receita de obra-prima. Mas, ao contrário do que se imagina, é possível saber quais são os ingredientes de um grande livro. De certa maneira, é como se existisse a receita (lista dos elementos necessários), mas fosse muito difícil encontrar os componentes, saber como misturá-los e em que doses usar cada um. Ainda assim, saber de que se faz uma obra-prima pode ser muito útil tanto para quem julga quanto para quem tenta chegar lá. Sem contar o leitor que pode, então, ver mais claro num universo muitas vezes considerado, por interesse, misterioso ou aleatório.

Toda obra-prima contém em algum grau pelo menos um dos seguintes elementos: 1) um novo conteúdo; 2) uma nova forma; 3) um novo ponto de vista ou um novo foco; 4) um alto grau de legitimação autoral (legitimação pelo autor) ou ponto de credibilidade externo; 5) um intenso efeito de imaginário. De algum modo, isso parecerá óbvio, embora, como sistematização, ilumine um pouco o que se prefere, muitas vezes, crer obscuro. Além disso, ajuda a julgar também os julgadores. A obra será sempre maior na medida em que contemplar o maior número dos requisitos apresentados acima.

Vamos por partes. 1) Um novo conteúdo: uma história totalmente original ou informações absolutamente novas para uma história conhecida. A literatura segue as leis da natureza. No começo, todas as histórias eram novas, pois ainda não haviam sido escritas. Com o passar do tempo e com a chegada e a consolidação da indústria editorial, as histórias novas foram escasseando até se tornar produtos raros. A apropriação de histórias novas avançou com a invenção dos gêneros até atingir o ponto atual. De Homero a Balzac e Flaubert, para tomar apenas alguns nomes de referência, a busca de uma nova forma esteve ancorada em novos conteúdos.

Quando os novos conteúdos se tornaram raros, os autores investiram mais fortemente do que nunca em 2) uma nova forma: uma revolução do texto, indo da busca da transparência total ao mais obscuro possível, da linguagem mais estetizada ao maior grau de reprodução da linguagem oral e coloquial. Em termos simplificadores, pode-se dizer que James Joyce é o exemplo mais acabado da busca de uma nova forma. Nada disso é necessariamente cronólogico. A todo momento, alguém investe numa ou noutra dessas ênfases literárias.

Num tempo de saturação das novas formas modernas, já envelhecidas (o obscuro como adensamento da linguagem não funciona mais), a busca de 3) um novo ponto de vista (do narrador, interno ao texto) converteu-se numa corrida ao paraíso. A questão é de onde se conta a história ou quem (e de onde) conta a história. Isso não é novo, embora esteja num momento de apogeu, e um dos melhores exemplos clássicos desse procedimento é o de Kafka em “A metamorfose”. O texto de Kafka nesse livro é quase denotativo, liso, transparente, ao alcance de qualquer um. A grande sacada está no ponto de vista, a história focalizada num homem que acorda transformado num inseto repugnante.

Esse foco gera um novo conteúdo. A diferença entre ponto de vista e foco é sutil. O ponto de vista, rigorosamente falando, pode e deve ser redundante: a narração pelos olhos de um narrador e personagem. O foco é o ponto de vista tomado pelo autor (escritor) embora a história seja contada por um narrador onisciente (invisível). No Rio Grande do Sul, faz pouco, Letícia Wierchowsky fez muito sucesso ao recontar a Revolução Farroupilha pelo olhar das mulheres. A grande novidade foi essa. Um novo ponto de vista pode mudar uma velha história e, nesse sentido, produzir um novo conteúdo.

O ponto de vista interno torna-se mais complexo ao ser cruzado com 4) um alto fator de legitimação pelo autor (algo que dá credibilidade ao autor para contar aquela história e reforça o ponto de vista escolhido). Para contar a história de um mago é preciso ser um mago ou convencer os leitores de que se é um mago. Paulo Coelho é o exemplo perfeito. Carlos Castañeda fez algo semelhantes em se tratando de ritos de iniciacão. Voltando ao romance A Casa das Sete Mulheres, pode-se observar que a história é narrada por uma personagem mulher (ponto de vista), focalizada em outras seis mulheres e escrita por uma mulher (Letícia). Só faltou um alto fator de legitimação externo, por exemplo, a autora ser descendente direta de um dos líderes revolucionários ou de uma das mulheres da casa descrita, o que seria ideal.

Por fim, 5) um efeito de imaginário (capacidade de acionar os mecanismos que mexem a com nossa imaginação e com o nosso patrimônio imaginário acumulado). O efeito de imaginário pode ser construtivo (consolidar um mito, fundar uma mitologia, reforçar o imaginário cristalizado) ou de descontrução (desmitificar). Erico Verissimo, com “O Tempo e o Vento”, ajudou a consolidar o imaginário gaúcho. Na contramão, é sempre mais difícil. Ciro Martins, com “A Trilogia do Gaúcho a Pé”, tentou desconstruir a mitologia gaúcha. Para muitos, sempre foi um escritor menor do que Erico. Por quê?

Uma das ilusões do leitor, ou umas das deformações da percepção do literato, é imaginar que a qualidade se define sempre pelo primor da narrativa, do texto, sempre imaginado como uma elaboração lírica ou liricizante ou absolutamente diferente da fala “normal”. Uma obra-prima não precisa ter um grande texto nem sequer uma grande história. Se mexer com o imaginário dominante, explode. Isso significa capacidade para criar personagens simples e profundos que sintetizem mundos complexos e movediços; e gerar universos imaginários capazes de sintetizar realidades intrincadas e de difícil apreensão. Os exemplos disso são intermináveis. O mais famoso é o de D. Quixote. Mas pode-se lembrar também um Julien Sorel e uma Capitu. Ou, quanto ao outro aspecto, uma Macondo.

É verdade que o último aspecto, o fator de imaginário, só se percebe realmente depois da obra pronta ou até da sua recepção pelo público. Os outros podem ser percebidos com muita consistência antes da primeira linha de um livro, no projeto. Roland Barthes falou de efeito de real, examinado um conto de Flaubert, para um elemento sem aparente função na história ou no seu cenário, mas que está ali para dar “realidade”, “credibilidade”, “verossimilhança”. No best-seller “Código da Vinci” um dos personagens principais, um eminente historiador, usa um relógio do Mickey. Percebe-se que o autor quer criar um efeito de imaginário, ancorar sua narrativa no patrimônio imaginário de uma cultura.

Dan Brown, a exemplo de Paulo Coelho, toca o imaginário dominante. Não se trata aqui de defender o seu livro, bastante enfadonho para quem prefere alta literatura, mas de explicar o seu sucesso. O autor manipula cinco elementos decisivos do imaginário atual: 1) esoterismo (mistérios, dogmas, religião), 2) interatividade (charadas, simulação de participação, fazendo com o que o leitor se sinta inteligente ao resolver problemas nem tão complicados assim, mas com essa aparência em função dos mecanismos utilizados para dar legitimidade e atmosfera, obras clássicos, gênios de todos os tempos) e 3) utilidade lúdica (o leitor sente-se aprendendo coisas importantes sobre religião e arte; aprende brincando, jogando, sentindo prazer). Não bastasse isso, Brown explora 4) o imaginário turístico consolidado, a idéia de evasão: lugares míticos da evasão turística da cultura atual. 5) Por fim, recorre a gênios, mitos e celebridades.

Cabe lembrar uma diferença básica entre arte e indústria cultura: a arte busca produzir choques na percepção do destinatário. A indústria cultural quer produzir identificação, reconhecimento, justaposição entre o produzido e o imaginário do receptor. A arte desafia; a indústria cultural, quer satisfazer; a arte provoca; a indústria cultural, tenta identificar o interesse do cliente para dar o que ele deseja.

A arte busca conexões e conflitos; a indústria cultural, correspondência e auto-satisfação. Isso, mais uma vez, explica o sucesso de Paulo Coelho e Dan Brown. Ambos apelam ao lastro real, ou seja, fazem ficção como se fosse reportagem, uma literatura-realidade. O leitor é convidado a verificar, indo ao Louvre ver a “Mona Lisa”, por exemplo, se é “verdade” o que diz o livro de Brown.

A literatura está condicionada pela busca de novidade e de originalidade. Houve um tempo em que a epopéia -a grande história por excelência- era a grande ambição de um escritor. Hoje, em tempos de cansaço em relação ao grandiloqüente e de escassez de sagas e grandes mitos, aposta-se cada vez no contrário – a narrativa do minúsculo, do delicado, do cotidiano, do infinitamente pessoal, na escala de todo mundo, de ninguém, do ser anônimo. Estratégias em busca de um novo ponto de vista, de um novo ponto de credibilidade e de novos efeitos de imaginário.

William Shakespeare, Tolstói, Dostoiévski e Balzac foram craques em preencher praticamente todos os elementos listados aqui: encontravam conteúdos novos, geravam formas novas, inventavam novos pontos de vista, adotavam novos focos e tocavam profundamente os imaginários, construindo ou não.

Um candidato a escritor com grande ambição deve, antes de começar a escrever a sua tão sonhada obra-prima, perguntar-se: tenho um novo conteúdo? Uma nova forma? Um novo ponto de vista? Um alto grau de legitimação autoral externa e um bom efeito de imaginário? Se não tiver nenhum desses ingredientes, melhor nem começar. Ou moderar o apetite.

Cada um pode testar sozinho. Nenhuma obra-prima existe sem algum ou vários dos elementos analisados aqui. Pode-se, claro, escrever livros sem isso e ter êxito, mas aí é como fazer uma reprodução da “Mosa Lisa” ou executar com talento uma composição de Mozart: exige competência, muita até, claro, embora seja uma competência de segunda ordem, não da esfera primeira da criação. O título correto deste texto deveria ser “de que é feita uma obra-prima?”. Seria menos chamativo. Como tal, fadado ao silêncio da leitura.

De agora em diante, a literatura será feita por redatores publicitários em departamentos de marketing. Cada personagem e situação dramática será submetida a pesquisa de mercado. O leitor nunca mais deixará de ser um consumidor satisfeito.

* * *

Uma versão deste artigo, com cortes, foi publicada no jornal “Correio do Povo"


Juremir Machado da Silva
É escritor e jornalista, professor da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e autor de "O Pensamento do Fim do Século" (L&PM) e "Cai a Noite Sobre Palomas" (romance, Sulina), entre outros. É tradutor de "Partículas Elementares" e de "Extensão do Domínio da Luta".

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Relatório de encontro (37)

Data: 25/11/2011
Local: Sala do Mestrado em Letras da Unisc
Hora: 8h
Presentes: Demétrio Soster, Fabiana Piccinin, Vanessa Kannenberg, Andreia Bueno, Adriano Moritz, Ana, Pedro Piccoli, Gabriela Meller


Este foi o último encontro do Grupo de Pesquisa (GT) deste ano. Por conta disso, fizemos uma avaliação do que foi estudado até o momento, desde que a pesquisa iniciou, com especial enfoque no ano de 2011.

Dessa forma, retomamos o fato de o grupo ter iniciado estudando com ênfase a relação jornalismo-literatura, no início de 2010, tendo se aprofundado na pesquisa da utilização de recursos próprios da literatura pelo jornalismo na mídia impressa. Neste ano, optamos por estudar a mídia audiovisual, com enfoque no documentário, e alargamos os horizontes procurando estudar não apenas o jornalismo, mas a comunicação como um todo e sua relação com a narrativa literária.

Com base nisso, optamos por remodelar o nome do GT e, consequentemente do blog, para Narrativas Midiáticas.

Dando continuidade a essa opção metodológica, sabendo que a pesquisa em termos acadêmicos tem espaço para mudanças e experimentações, fizemos projeções para o próximo ano. Em 2012, ficou estabelecido que iremos aprofundar a questão da narrativa na relação comunicação-literatura. A ideia é estudar autores que abordem a questão da narrativa e observar os conceitos, seja por meio de revisão bibliográfica ou pesquisa empírica, em diferentes plataformas midiáticas, tendo em vista o cenário multimídia e convergente que vislumbramos atualmente.

Antes de encerrar o encontro, ainda abordamos os capítulos 1 e 2 do livro Realidade mental, mundos possíveis, de autoria de Jerome Bruner.


PRÓXIMO ENCONTRO: a data não ficou definida, mas o primeiro encontro do GT deve ocorrer em fevereiro de 2012. Antes disso, será combinado via e-mail, com base na grade de horário dos componentes, o melhor dia para serem feitos os encontros no próximo ano.
Professor Fabiana e Demétrio devem repassar algumas bibliografias para serem lidas durante o recesso.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Relatório de Encontro (36)

No último encontro, que foi realizado no (macabro) dia 11/11/11, fizemos uma análise do livro "Jornalismo e literatura em convergência" de Marcelo Bulhões.

Neste livro, é importante destacar são os pontos nos quais o jornalismo e a literatura confluem-se, resguardando as particularidades de cada modo de escrita.

Falamos que a literatura é menos definitiva, ou seja, sua objetividade não é exatamente exposta ao entendimento exato da palavra. Diferente da comunicação, que exige uma postura factual do termo, seja em jornalismo ou publicidade, onde ambos precisam fechar seu contexto. Uma frase interessante observada foi "o que estrutura a forma é a linguagem".

Também colocamos que o ponto central da discussão é a narrativa, onde tudo se converge. Em uma definição rápida, narrativa pode ser a capacidade intrínseca de organizar conta a nossa volta, ou seja, a gente não suporta o vazio (Nietzche).

Uma observação curiosa que concluímos foi que, fora da esfera educacional, quem exerce com destreza a arte da narrativa são os golpistas, que aplicam contos tão convincentes que as pessoas acreditam no que eles dizem. Seria, então, o "ponto G" que jornalistas e publicitários buscam alcançar no domínio da persuasão.

domingo, 30 de outubro de 2011

Maria Salomão no encerramento do SIC: "A Wikipedia é tão importante quanto a Britânica"

Na última semana, a Unisc promoveu o 17º Seminário de Iniciação Científica (SIC) e o 2º Salão de Ensino e de Extensão da instituição. Como grupo de pesquisa integrande da instituição, nós também estivemos presentes, apresentando um relato de experiência sobre a nossa produção do último ano e também os resultados da nossa investida empírica de análises dos gêneros interpretativo e diversional na revista piauí - com "r" e "p" minúsculos mesmo.

A experiência em congressos e seminários é sempre ótima, principalmente pelas trocas de informações e o contato com outras áreas do conhecimento. No encerramento do evento, porém, a famosa linguista Maria Margarida Salomão saudou aos participantes com uma excelente palestra sobre a história da linguística mas também sobre o panorama da pesquisa mundial entre outras peculiaridades. Abaixo um breve resumo da explanação da pesquisadora:



Maria Salomão: "A Wikipedia é tão importante quanto a Britânica"
Fonte: Portal Gaz

A doutora em linguística pela Universidade Berkeley, da California (EUA), Maria Margarida Salomão, esteve na Unisc na última sexta-feira, 28, encerrando as programações do 17º Seminário de Iniciação Científica (SIC) e do 2º Salão de Ensino e de Extensão da instituição. Os eventos ocorreram durante a última semana e mobilizaram todas as áreas do conhecimento. Na pauta original estava a explanação da palestra a qual a professora apresenta por todo o o Brasil: "As relações interdisciplinares na pesquisa e suas implicações para a sociedade". Na prática, uma aula com uma pesquisadora antenada no posicionamento do Brasil frente aos rumos da produção científica mundial e também nas oportunidades que a Copa do Mundo oferece à academia brasileira.

Na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Salomão atua nos Programas de Graduação em Letras e de Pós Graduação em Lingüística. Seu maior projeto em desenvolvimento, porém, é o FrameNet Brasil, um léxico de expressões em Português do Brasil que será transformado em software para celulares e dispositivos móveis, em inglês e espanhol, para ajudar os turistas na Copa de 2014. A intenção é fazer analogias com os lances do futebol para explicar a nossa língua aos gringos. Mas uma linguista desenvolvendo software? Trabalhando com a ciência da computação? A que se deve esse fenômeno?

Salomão começou a explanação falando justamente sobre as tendências do desenvolvimento científico mundial, no qual a maior ênfase está na cooperação interdisciplinar. "Sou linguista mas nos meus projetos estou trabalhando com outras áreas, por conta das necessidades. Nas universidades dos Estados Unidos isto acontece com uma grande frequência. É profissional da área da psicologia com área da linguística, com neurocientistas, com ciência da computação", comentou.



LULA, CAMÕES E OS PURISTAS

No segundo momento, após as tendências da pesquisa, a pesquisadora falou brevemente sobre o histórico linguístico do português e do preconceito com a fala. Irreverente, ela brincou e comparou o ex-presidente Lula ao poeta português Luís de Camões.

"Tanto falavam que o Lula dizia 'penso de que', sendo que pensar é um verbo transitivo ou intransitivo direto e não necessita de preposições, e quando analisa-se a história, emerge de Camões essa mesma expressão. Lula e Camões, na mesma categoria! É um problema para os puristas da fala", brincou ela, arrancando risos da plateia.

Ainda sobre os puristas, Salomão disse que precisa-se perder o preconceito com os meios digitais. "A Wikipedia hoje é tão importante quanto a Enciclopédia Britânica, a Barça, pela relevância e pelo acesso que ela oferece ao seu conteúdo. Temos que perceber os fenômenos e entendê-los", afirmou.



OS VESTIBULARES VENDEM VENTO

Ainda no campo da interdisciplinaridade, Salomão defende que haja mais projetos dentro das universidades, envolvendo os acadêmicos para além das grades curriculares dos cursos.

"Os vestibulares vendem vento. Quando o jovem precisa escolher com 16, 17 anos a sua profissão ele não sabe como será a universidade. O mundo lá fora, o mercado, é duro. Ele pede que você trabalhe com diversas outras áreas. Se não houver uma troca de conhecimento entre os cursos essa situação fica mais difícil ainda", finalizou.


Relatório de encontro (36)

Data: 21/10/2011
Local: Sala do Mestrado em Letras da Unisc
Hora: 8h30
Presentes: Fabiana Piccinin, Joel Haas, Vanessa Kannenberg, Andreia Bueno, Fred Carlos, Adriano Moritz, César Steffen, Ana

Começamos este encontro dando prosseguimento à retomada das principais bibliografias já utilizadas no nosso grupo de pesquisa. Assim, o primeiro a apresentar leitura nesta reunião foi o voluntário Fred Carlos, com o resumo do livro Artemídia, de Arlindo Machado.

ARTEMÍDIA DE ARLINDO MACHADO

(De R$ 15,52 a R$ 20,60 em livrarias de todo o Brasil)

O texto de Arlindo Machado propõe novos conceitos, novos paradigmas e novos portocolos no tratamento científico com a arte. O autor parte do princípio de que a arte contém as tecnologias do seu tempo, e que estas modificam de maneira direta qualquer análise feita das produções em seus respectivos períodos históricos. Além disso, é recorrente no discurso de Machado de citar que, na nossa época, os limites da arte com a tecnologia estão cada vez mais tênues.

Num segundo momento, o autor propõe um novo paradigma e coloca o conceito de artemídia - assim mesmo, aglutinado - como uma nova abordagem ética e de uma estética eletrônica. É a arte como metalinguagem da mídia. Por fim, Machado argumenta que o não reconhecimento das novas formas de arte passam por um menosprezo, arrogância e antipatia de muitos críticos, que por um dito purismo, não levam em consideração as manifestações modernas.

HOJE É DIA DE MARIA É ARTEMÍDIA? E A PROPGANDA NAZISTA DE GOEBBELS?

(Com site oficial no ar até hoje no Globo.com)
Dentre os muitos exemplos citados pelos integrantes do grupo e do autor, um dos que mais soressai é o da minissérie veiculada pela Rede Globo em 2006 "Hoje é Dia de Maria". Com um roteiro, fotografia e estruturas até subversivas no que tange o meio o qual foi veiculada, a televisão, Hoje É Dia de Maria foi um marco no que chamemos, pois, de artemídia brasileira. Teve altos índices de audiência - recepção positiva pela massa telespectadora - e foi aclamado pela crítica mais aberta as novidades.

O professor Adriano Moritz também trouxe exemplos da propaganda nazista na Alemanha do período entre guerras e que de certa forma "legitimou" a ascenção do regime totalitarista na nação germânica. Partindo da vulnerabilidade social provocada pela prostração dos alemães com as humilhações impostas pela Tríplice Entente após a vitória na Primeira Guerra Mundial, Goebbels e os co-partidários se utilizaram do clima para convencer a nação de que Hitler e a SS eram a solução. Isto através de cartazes nas ruas, cinema, etc. O conjunto da obra de propaganda nazista pode também se enquadrar como artemídia.
Trailer da minissérie "Hoje é dia de Maria"


JAGUARIBE E O CHOQUE DO REAL

(De R$ 19,20 a R$ 29,00 em livrarias de todo o Brasil)
Seguindo na nossa retomada, o professor Adriano Moritz fez um breve resumo dos conceitos do livro Choque do Real - Estética, mídia e Cultura, da pesquisadora Beatriz Jaguaribe. Os conceitos trabalhados por ela entram em consonância com as pesquisas e tese da professora Fabiana Piccinin, diga-se de passagem. Jaguaribe chama atenção para a estética, na arte em geral brasileira, do real exagerado ou o que ela também chama de pedagogia da realidade. Esse fenômeno emerge com obras como os filmes/livros Cidade de Deus e Carandiru, que prometem entregar a "realidade" ao espectador/leitor. Segundo a autora isso pode emergir da necessidade psicológica do ser humano qu precisa contar a sua história para que ela lhe faça sentido.

Outro conceito muito forte presente no texto de Jaguaribe é o "real mais real que o real". As gelatinosas e fluidas relações na sociedade pós-moderna nos deixam, por vezes, apáticos e insensíveis a muitas atrocidades cometidas no dia-a-dia, já que a violência e a insegurança tem espaço de destaque nos Meios de Comunicação de Massa (MCM). Assim, o choque do real nos coloca novamente de volta ou pelo menos em contato com a "realidade" do mundo. Os MCM, aliás, que tem papel fundamental no cenário pós-moderno, pois são eles que auxiliam ou por vezes até constrõem as narrativas nas nossas vidas.

A ANÁLISE PRÁGMATICA DA NARRATIVA JORNALÍSTICA: O MÉTODO DE LUIZ MOTTA
(Disponível para leitura nos anais do Intercom)
Luiz Gonzaga Motta é um dos pesquisadores que estuda como as narrativas têm papel fundamental nas nossas diárias construções de sentido através dos fatos da vida. No artigo que aqui iniciamos a leitura o autor propõe um método de análise das narrativas jornalísticas. Ele divide o processo em seis grandes movimentos. Segundo Motta, a ordem de aplicação dos movimentos é dinâmica, dependendo exclusivamente do caso a ser analisado.

No próximo encontro a professora Fabiana seguirá na apresentação do método e vamos discutir a possível aplicação empírica dele em nossas futuras análises.


PRÓXIMO ENCONTRO

Nosso próximo encontro acontece na mística data de 11 de novembro de 2011 (11/11/11), na Sala de Estudos do Mestrado em Letras da Unisc. Para esta reunião, além do estudo do método de análises das narratvas jornalísticas de Motta, estão programadas as duas últimas leituras da nossa retomada teórica que foi feita nas últimas semanas:

Jornalismo e literatura em convergência, de Marcelo Bulhões - com Andreia Bueno
O universo das imagens técnicas, de Vilém Flusser - com César Steffen

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Diálogos com Zygmunt Bauman

Por meio de uma amiga, tivesse acesso à uma entrevista com o principal sociólogo em atividade e certamente um dos mais importantes pensadores da contemporaneidade, Zymunt Bauman. Talvez o conteúdo da conversa não se encaixe exatamente em nossa fase da pesquisa, mas, como já discutimos algumas ideias de Bauman, por meio também de Lúcia Santaella, acredito que deva, no mínimo, nos fazer refletir e, quem sabe, suscitar novos debates.

Antes, acrescento um breve relato de como o vídeo foi feito e por quem - o conteúdo completo pode ser encontrado no site da CPFL Cultura:
http://www.cpflcultura.com.br/site/2011/08/16/dialogos-com-zygmunt-bauman/.

No último dia 23 de julho, sábado, uma equipe conjunta da CPFL Cultura e do Seminário Fronteiras do Pensamento foi recebida pelo professor Zygmunt Bauman, em sua casa, na cidade de Leeds, Inglaterra. O objetivo era gravar um depoimento para nosso site e para os assinantes do Fronteiras do Pensamento, edição 2011, que conta com parceria da CPFL Energia e de seu programa cultural, a CPFL Cultura. .


Zygmunt Bauman é uma das principais referências conceituais da CPFL Cultura, desde a criação do nosso programa cultural em 2003. Bauman nos alertou, principalmente, para a urgência da reinvenção dos laços humanos. Entendemos, com ele, que as identidades tradicionais se dissolveram na efemeridade afetiva da modernidade líquida. Orientados pela refinada visão de Bauman sobre a fluidez dos laços humanos, dos conceitos e dos saberes na contemporaneidade, definimos que nosso Café Filosófico CPFL assumiria o desafio de pensar as novas identidades e as novas formas de saber. Contar com a participação direta de Zygmunt Bauman em nosso programa é uma conquista que, com muito prazer, partilhamos com nossos internautas a partir de agora..


http://vimeo.com/27702137

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Relatório de encontro (35)

Data: 07/10/2011
Local: Sala do Mestrado em Letras da Unisc
Hora: 8h30
Presentes: Demétrio de Azeredo Soster, Joel Haas, Vanessa Kannenberg, Pedro Garcia, Frederico Carlos, Adriano Moritz, César Steffen, Ana.

No encontro desta sexta-feira, dia 7, discutimos o capítulo três do livro "Expressão e Significado", de John R Searle. Nesse trecho, o autor faz uma discussão acerca da diferença entre ficção e literatura, ficção e mentira, ficção e não-ficção, .... (em construção)


PRÓXIMOS ENCONTROS

Os próximos encontros vão ocorrer nos dias 21 e 28 de outubro, no Mestrado em Letras da Unisc. Para essas reuniões, estão programadas algumas leituras a cargo dos seguintes integrantes do GT:


Arte e Mídia, de Arlindo Machado - com Frederico Carlos - dia 21/10
Choque do real, de Beatriz Jaguaribe - com Adriando Moritz
Jornalismo e literatura em convergência, de Marcelo Bulhões - com Andreia Bueno
de Flusser - com César Steffen


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Produções acadêmicas do GT

Faço esta postagem hoje, mesmo fora de hora, sem suceder uma reunião do Grupo de Pesquisa (GT), pois acabo de finalizar o relatório dos nossos estudos, enquanto bolsista PUIC, para encaminhar à Unisc. O que me motiva a escrever aqui é querer deixar registrado todos os artigos que partiram das nossas discussões, desde o início de 2010.

Além de explicitar a nossa, a meu ver, densa produção acadêmica, tenho a intenção de com isso facilitar para os novos integrantes do grupo e possíveis visitantes deste blog o acesso aos textos - alguns deles estão disponíveis para download na barra lateral do blog. Junto ao título de cada artigo, disponho abaixo o evento no qual cada um foi apresentado.


NOSSAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS:
  • “Jornalismo diversional e interpretativo: diferenças que estabelecem diferenças”
  • -  artigo apresentado no XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Intercom 2010, realizado em Caxias do Sul.
  • “Narrativas Literárias no Jornalismo Impresso Diário:  o caso dos jornais Zero Hora e Gazeta do Sul" - artigo apresentado no XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Intercom 2011, realizado em Recife.
  • “A narração jornalística em sua intersecção com a literatura” - artigo apresentado no 1º Encontro Gaúcho de Ensino de Jornalismo (1º EGEJ) e 1º Fórum Sul-brasileiro de Professores de Jornalismo (1º FSPJ) - 2011, realizado em Santa Cruz do Sul.
  • “A Revista Piauí e as aproximações entre as narrativas jornalísticas e literárias” - artigo apresentado no V Colóquio Nacional Leitura e Cognição - 2011, realizado em Santa Cruz do Sul.
  • “O jornalismo assume a ficcionalização: o caso das narrativas documentais contemporâneas” - artigo aceito no 9°encontro do SBPJor, que vai ocorrer em novembro  de 2011 no Rio de Janeiro.
  • “A Revista Piauí e as aproximações entre as narrativas jornalísticas e literárias” - artigo está sendo produzido pelo acadêmico Joel Haas para se apresentado no XVII Semana de Iniciação Científica da Unisc.
  • "A intencionalidade como fator diferencial entre filmes de ficção e documentários" - artigo está sendo produzido pelo recém graduado em Jornalismo Pedro Piccolo Garcia.
  • “Os sentidos que emergem das narrativas audiovisuais para o cinema, para a TV e para a web” - artigo está sendo produzido pela recém graduada em Jornalismo Vanessa Kannenberg.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Relatório de Encontro (34)

Data: 9/9/2011

Local: Sala do Mestrado em Letras da Unisc

Hora: 9h45

Presentes: Andréia Bueno, Demétrio de Azeredo Soster, Fabiana Piccinin, Frederico Carlos.
No dia 9 de setembro, no primeiro momento do encontro, os professores Fabiana Piccinin e Demétrio Azeredo Soster lançaram a idéia de trazermos mais pessoas (acadêmicos e/ou professores) para o grupo de pesquisa. Pessoas interessadas e afim de contribuir para o crescimento do grupo. Ficou acertado que este será um “chamamento direcionado”, todos poderão indicar nomes e o convite será feito pelos professores e coordenadores do grupo.

No segundo momento, foi aberto uma discussão para definirmos sobre o tema da pesquisa, se continuaremos no audiovisual ou se passaríamos para o próximo assunto. A professora Fabiana Piccinin sigeriu aprofundar nas narrativa e análise do imaginário. Seguir a partir de Juremir e abrir para conceitos maiores. Aprofundar também nas pesquisas sobre imaginário. Autores comos Bartez, Bill Nicholls serão utilizados nesta fase dos estudos.

O professor Demétrio deu idéia de termos mais tempo para leituras, ao invés de fazermos os encontros uma vez por semana, como vem sendo feito, a sugestão foi de passarmos a nos encontrar a cada 15 dias. A idéia foi aceita pelos demais integrantes do grupo. Fico definido também que a cada leitura, os integrantes se comprometem a fazer pequenos relatórios, resumindo as principais idéias dos autores. Estes textos poderão ser trocados por e-mails com a finalidade principal de discutirmos os autores em questão. Os relatórios dos encontros também passarão por pequenas alterações, ficou acordado que estes deverão se tornar mais densos, com maior número de informações.

Os professores Demétrio e Fabiana se comprometeram a elencar autores, leituras específicas e/ou capítulos para serem lidos. Os encontros começarão às 8h30 e no primeiro momento será sempre feita uma recapitulação das leituras a partir das dúvidas e anotações trazidas pelo grupo. O próximo encontro ficou acertado para o dia 23 de setembro, às 8h30 na Sala do Mestrado. As listas de leitura serão enviadas por e-mail..

No terceiro momento do encontro do dia 9 de setembro, o professor Demétrio falou sobre o Intercom, onde ele participou da mesa de pesquisa de gênero jornalísticos criado e coordenado por José Marques de Melo e Francisco de Assis. (Mesa de trabalho em congresso: momento em que pesquisadores se reúnem para estudar.) Demétrio explicou que existiam três mesas, com 8 trabalhos cada. Ele foi o coordenador de uma destas mesas de discussão e apresentou, durante o encontro, a pesquisa sobre jornalismo diversional e interpretativo desenvolvido pelo nosso grupo.

Para Demétrio congresso trouxe resultados positivos, porém, no que diz respeito aos gêneros jornalísticos dentro do audiovisual, na opinião dele, foram discussões fracas.
Passado este momento, foram abertas as discussões sobre o livro Tecnologias do Imaginário, de Juremir Machado. Partimos as discussões da página 43 do livro, uma vez que as páginas anteriores a esta já haviam sido discutidas pelo grupo em encontros anteriores. Para o professore Demétrios, Juremir no primeiro momento do capítulo, faz uma releitura de onde surge idéia de imaginário. Depois fala das diferentes formas de tecnologias. Neste capitulo ele amplia conceitos. No final do livro ele propõe o lugar da técnica. Para ele existe um novo ambiente (internet) onde as tecnologias do imaginário só passam a existir a a partir de uma nova configuração do espaço sócio cultural. Demetrio coloca que a “rede” torna o imaginário possível: “todo imaginário é rede” (pg: 97).

É preciso pensar nas tecnologias de forma mais dinâmica, mais rica. Não mais pensarmos nela como algo a nos alienar. No momento atual as coisas estão misturadas: “ somos objetos sujeitos numa ordem dialógica de sujeição e manipulação” Juremir Machado. Tecnologias do imaginário. Pg: 99.
No final do capitulo, o autor dialogo com o jornalismo, e cita a reportagem investigava. Para Demetrio “diante de tudo que ele disse, diante de diferentes formas de tecnologias e de cenários propostos, existem formas do ponto de vista tecnológico que podem ser vistos/analisados por meio da reportagem investigativa.”

Demétrio ainda utilizou do exemplo das reportagens sobre legalidade que foram todas construídas a partir do “imaginário” dos cidadãos, sobre o que eles pensavam, sobre o que eles sentiram, etc.

A idéia do imaginário não é novidade, Juremir propõe um olhar mais específico deste fenômeno. Fabiana complementou que as tecnologias contemporâneas potencializam o imaginário.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Relatório de Encontro (33)

Data: 12/08/2011

Local: Sala do Mestrado em Letras da Unisc

Hora: 9h45

Presentes: Demétrio de Azeredo Soster, Joel Haas, Vanessa Kannenberg, Pedro Garcia, Frederico Carlos e Cezar

Neste dia (12/08) abrimos a discussão falando sobre o livro Tecnologias do Imaginário, de Juremir Machado. Inserimos os primeiros capítulos para falar sobre os conceitos do imaginário e ensaiar suas razões.

Discutimos sobre o uso da razão e da consciência, passando pela semiologia e os estudos dos ícones. Colocamos o mito como elo para ensaiar a sua função dentro do conjunto de significados, como por exemplo Adão e Eva que, na religião, ficou evidente e ainda tem sua importância mística para os cristãos.

Também discutimos que a razão divide fronteiras estreitas com o imaginário, como exemplos dos cientistas, que por mais céticos e pragmáticos que possam ser precisam manter seu imaginário para fazer novas descobertas. A razão não alcança todos os meios. Para compor exploramos ainda a idade moderna sendo baseada na razão científica e a pós moderna como a aceitação por fenômenos em que a ciência não alcança.

Sobre reprodução o autor cita o exemplo da Monalisa, que refere-se a ela como um autêntico mito, que sua imagem seria uma reprodução virótica. “O imaginário é uma aura sem peso unitário.” Sobre superstição o autor coloca que é um exemplo de racionalização imaginária, que se estende para um entendimento das necessidades simbólicas do ser humano.

Foucault coloca que as tecnologias do imaginário são dispositivos de intervenção, formatação, interferência e construção das “bacias semânticas” que determinarão a complexidade (Morin) dos “trajetos antropológicos” de indivíduos ou grupos.

Para a próximo encontro (26/08) será apresentada as Tecnologias de Controle (página 28) e Tecnologias da Crença (página 43). Os responsáveis serão a Deka e o Fred.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Relatório de encontro (32)

Data: 05/08/2011
Local: Sala do Mestrado em Letras da Unisc
Hora: 9h45
Presentes: Demétrio de Azeredo Soster, Joel Haas, Vanessa Kannenberg, Pedro Garcia, Frederico Carlos e Adriano Moritz



Na reunião de hoje, dia 5, contamos com a participação de um novo membro do grupo de pesquisa (GT), o professor Adriano Moritz. A partir da semana devemos contar, ainda, com outros dois acadêmicos: Carine Immig e Fábio Goulart, que estudam Comunicação Social, habilitação Produção em Mídia Audiovisual , dando seguimento à proposta de expandir as discussões para além da relação da narrativa literária com Jornalismo, mas, sim, em todo o âmbito comunicacional.

Aproveitamos o encontro para discutir os artigos que começaram a ser feitos individualmente pelos acadêmicos participantes do GT. O estudante Joel Haas, em seu trabalho, vai abordar a pesquisa feita no início desse ano pelo grupo, que se refere à presença das categorias jornalísticas diversional e interpretativo na Revista Piauí, e que também deve ser apresentado no V Colóquio Nacional Leitura e Cognição - Olhares do contemporâneo sobre os textos: hermenêutica, cognição/conhecimento, comunicação e XII Semana Acadêmica de Letras, que ocorre de 17 a 26 de agosto na Unisc.

Já a recém graduada Vanessa Kannenberg deve discutir os sentidos emergentes das narrativas do documentário e das webreportagens, quais as suas diferenciações e aproximações. O artigo do também graduado Pedro Garcia, que vai abordar a intenção nos documentários, já havia sido debatido na reunião da semana passada.

Para a próxima semana, devem ser sugeridas outras leituras pelos coordenadores do GT, Demétrio Soster e Fabiana Piccinin, para dar seguimento às discussões sobre documentário. Entre os textos já apontados como essenciais estão o livro de Juremir Machado da Silva, As tecnologias do imaginário (Ciber Cultura, 20060, e o de Lúcia Santaella, Linguagens líquidas na era da mobilidade (Paulus, 2007).

O encontro ocorrena sexta-feira, dia 12, às 9h45, na sala do Mestrado em Letras.


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PS: O escritor e jornalista Juremir Machado da Silva vai estar em Venâncio Aires na próxima sexta-feira, dia 12. No auditório do colégio Bom Jesus, a partir das 19h30, ele lançará seu mais recente livro, Vozes da Legalidade – Política e Imaginário na Era do Rádio, e conversará com estudantes, jornalistas e comunidade interessada sobre esse importante momento da história política do Brasil. Mais informações no Portal Gaz.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Relatório de encontro (30)

Data: 22/07/2011
Local: Coordenação do Curso de Comunicação Social
Hora: 9h30
Presentes: Fabiana Piccinin, Demétrio Azeredo Soster, Joel Haas, Vanessa Kannenberg, Pedro Garcia e Frederico Carlos



Aproveitamos o encontro desta sexta-feira, dia 22, para realizar uma espécie de avaliação de toda atividade do grupo de pesquisa, mas também projetamos os próximos meses de estudo.

Uma das mudanças envolve a inclusão de mais membros ao grupo de pesquisa. Os antigos participantes declararam querer permanecer nas discussões, quais sejam, Vanessa Kannenberg e Pedro Garcia (mesmo formados, permanecem como pesquisadores voluntários) e Joel Haas e Andréia Bueno, além dos professores Fabiana Piccinin e Demétrio Soster. Já está inserido à equipe o acadêmico de Publicidade e Propaganda Frederico Carlos. No entanto, deve ser feita uma seleção para buscar outros dois novos alunos.

Quanto à recuperação do que já foi feito pelo grupo em um ano e meio de pesquisa, vale destacar que em 2010 nos voltamos a estudar a aproximação entre literatura e jornalismo na plataforma impressa. O ano se encerrou com uma pesquisa prática envolvendo a incidência das categorias jornalismo diversional e jornalismo interpretativo nos jornais diários Gazeta do Sul e Zero Hora. Já em 2011, mudamos o foco da pesquisa para os audiovisuais. Fizemos uma profunda revisão bibliográfica, com amplas discussões acerca da diferença entre ficção e não-ficcão, além de buscar subsídios para entender a aproximação entre documentário e comunicação. O resultado desse um ano e meio são quatro artigos científicos, sendo que dois já foram apresentados em congressos.

Por falar em produção acadêmica, optamos por mudar a metodologia de confecção de artigos. Ao invés de dividirmos tarefas e escrevermos a dez mãos, como vínhamos fazendo, decidimos trabalhar em artigos individualmente, principalmente quanto aos acadêmicos. Isso não significa que será um trabalho exclusivamente individual, pois ele será feito a partir de debates levantadas nas reuniões do GT e amplamente discutidos, parte a parte, pelos membros do grupo, no sentido de levantar ideias, hipóteses, sugerir autores e caminhos.

Nesse sentido, os acadêmicos já ficaram responsáveis por pensar em temas para artigos e apresentar o resumo de um deles na próxima reunião. Para isso, o professor Demétrio encaminhou dicas para a elaboração de resumo, que podem ser encontradas no blog Metodologias de Pesquisa, além de um blog que envolve questões gerais sobre produção academica, o Monografando.

Para finalizar, é importante salientar que decidimos continuar estudando a relação entre as narrativas literárias e audiovisuais até o final deste ano. Para 2012, reiteremos a vontade de permanecer com o grupo de pesquisa, mas a probabilidade é de, aí sim, mudarmos a plataforma de análise.


Próximo encontro: dia 29 de julho, às 9h30, junto à Coordenação do Curso de Comunicação Social

terça-feira, 12 de julho de 2011

Relatório de encontro (29)

Data: 02/07/2011
Local: Sala de estudos do Mestrado em Letras, bloco 53
Hora: 9h30
Presentes: Fabiana Piccinin, Demétrio Azeredo Soster, Joel Haas, Vanessa Kannenberg e Andréia Bueno


Neste encontro, demos continuidade às discussões referentes aos textos do livro O Cinema do Real, organizado por Eduardo Coutinho e Amir Labaki.
O texto debatido durante o encontro foi “O Sujeito (extra) Ordinário”, de Eduardo Coutinho, Ismael Xavier e Jorge Furtado, apresentado pela professora Fabiana Piccinin.
Na abertura do texto o cineasta Jorge Furtado questiona o que afinal vem a ser o cinema clássico e se utiliza de dois grandes nomes da cinematografia, Lumiére e Melies, para mostrar que o cinema, mesmo que tenha nascido recentemente, pode apresentar múltiplos significados. Se Lumiére dizia que o cinema mostra a vida como ela é, e Melies acreditava no poder da edição, então Furtado diz se considerar muito mais Melies.
O cineasta diz que na linguagem coloquial, quando alguém se refere a um filme clássico, esta pessoa esta afirmando que o filme foi colocado “à prova do tempo”. Para o autor existe ainda a interpretação da palavra clássico como algo que “segue os cânones preestabelecidos”.
Sendo assim, segundo o texto, filme clássico é aquele que segue a determinados padrões impostos. Furtado questiona então:” que padrão é esse?” Para Furtado basta analisar os padrões de filmes norte-americanos e ali vai estar o tal padrão aqui questionado: uma “estrutura simples mas é, sem dúvida, clássica, já que remonta às origins das fábulas e, portanto “seu valor foi posto à prova do tempo”.
É desta forma que o cineasta diz acreditar em estruturas mentais, ou em inconsciência coletiva (quando os padrões se repetem). O texto discute esta inconsciência coletiva (Jung) e, assim, Furtado alega que as temáticas dos filmes são sempre as mesmas, o que mudam são as formas de abordar estes temas.
No texto, Furtado afirma: “Se a estrutura dramática do cinema “clássico” pode ter algo de natural e orgânico, seus procedimentos narrativos são apenas convenções eficientes: personagens que desconhecem a presença da câmera, atuam e falam segundo o que se convencionou chamar de naturalismo; cenários, figurinos e situações que simulam uma realidade possível (…) A linguagem deve permanecer escondida, de modo que o espectador em nenhum momento lembre-se de estar no cinema.”
O cineasta relata ainda que é pelo motivo de o cinema ser tão múltiplo que procura-se “nas outras linguagens a chave para a compreensão do gênero”.
Furtado alega que o cinema segue uma ordem platônica pois trabalha com: a história imaginada, a idealizada e a posta. Para ele o diretor pega os elementos da vida do sujeito e ordena no filme. O texto traz, para encerrar a opinião de Furtado, diversas citações que comprovam a busca por uma linguagem literária em obras consideradas“clássicas”.
Eduardo Coutinho, para explicar o cinema, faz algumas citações (como ele mesmo afirma: desconxas) para enfatizar, que para ele lhe interessa as coisas dos outros. Frases como: “ A partir do momento em que as pessoas lhe esquecem, você começa a ter talento” e “Deus está no particular” aparecem no texto. Coutinho encerra relatando sobre um filme, produzido por um undergroung americano,Jonas Mekas, que se passa em Nova Iorque e é um filme testamento. Para Coutinho uma produção do real e algo incrível.
Para Ismael Xavier trata-se da “ invenção de um certo tipo de subjetividade na qual passa a haver um desdobramento e se perde qualquer ilusão de transparência em relação ao “eu”. (…) “Para Xavier é esta subjetividade que cria “toda uma serie de jogos de espelhos” e que dá origem ao romance (abordado nos filmes). Para ele é preciso existir um reconhecimento do espectador com o filme. “O espectador entra num processo de empatia. De identificação com aquele universo imaginário que é o mundo ficcional, e se relaciona com o personagem”.

Ficou acordado entre os presentes que o próximo encontro vai acontecer no dia 15/06, às 9h30min na Sala de Estudos do Mestrado em Letras, no bloco 53 da Unisc. Pede-se que para este encontro, os participantes releiam os relatórios que se encontram no blog do que foi feito até aqui e tragam sugestões para produção do artigo. Também foi sugerido que todos façam a leitura do artigo produzido pela professora Fabiana Piccinin, o qual ela se comprometeu a enviar por e-mail.
Neste próximo encontro o grupo dará continuidade as discussões sobre o livro “O Cinema do Real”, e o próximo texto a ser debatido vai ser “Documentários de busca: 33 e Passaporte Húngaro”, de Jean-Claude Bernardet.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Relatório de encontro (28)

Data: 10/06/2011 Horário: 9h30
Local: Sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Joel, Pedro Vanessa e Andreia


Neste enconto, demos continuidade às discussões referentes aos textos do livro O Cinema do Real, organizado por Maria Dora Mourão e Amir Labaki.

O primeiro texto debatido, que foi apresentado pelo acadêmico Joel Haas, é intitulado "Sobre documentos e sapatos", de Russel Porter.

Na sequência, a acadêmica Vanessa Kannenberg coordenou a leitura do artigo "Uma conversa com professores e alunos sobre a realização de documentário", de Michael Rabiger. Neste texto, o autor faz uma fala no sentido de como fazer documentários. De acordo com ele, o problema está em como "produzir documentários que encontrem maneiras novas e individuais de contar histórias, com vigor em suas narrativas" (p.54). Este ponto torna-se interessante do ponto de vista da nossa pesquisa no sentido de que ele corrobora com a ideia de "contar algo para alguém" e de "maneira nova, interessante".

Num outro momento, Rabiger fala que o bom documentário é aquele que permite que o espectador adquira "uma percepção da realidade". Ou seja, ele não precisa dar conta do todo, mas expressa um ponto de vista, uma ideia, assim como uma reportagem jornalística, pois todos sabemos que é impossível descrever o real, há sempre um ponto de vista, uma percepção, embora se busque uma aproximação com os fatos da forma como ocorreram.

Neste o texto, o autor ainda aborda a ideia de que o documentário se difere, por exemplo, de filmes históricos, ou de ficcão, na medida em que estes "olham para trás", e aqueles olham para o presente. Entendemos com isso, não que o documentários fale apenas de temas atuais, mas que, mesmo olhando para fatos passados, a visão com que se olha para trás será sempre do presente, com olhos de quem já sabe o que aconteceu.

Outra questão bastante pertinente do texto é a ideia de "ponto de vista". Para Rabiger, o ponto de vista se refere à "misteriosa combinação de circunstâncias pelas quais criamos simpatia e envolvimento com um personagem" (p.58). Além desse conceito, o de "evidência" também é interessante.

 

Próximo encontro: 17/06, às 9h45, na sala do Mestrado em Letras.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Liliana Sulzbach e o curta "baseado em fatos reais" Amigos Bizarros do Ricardinho

Na terça-feira, dia 07 de junho, o Curso de Comunicação Social da Unisc trouxe para oficina e palestra a produtora audiovisual Liliana Sulzbach. Durante a tarde ela ministrou uma oficina sobre "As diferentes abordagens do documentário" e à noite concedeu uma palestra sobre "Os mecanismos da produção audiovisual".

Baseado em "fatos reais"

E felizmente para o nosso grupo de pesquisa, que está neste exato momento estudando as intersecções entre documentários de ficção e de não-ficção (valendo-se da conceituação de Nichols), Liliana trouxe à luz das discussões a obra ficcional "Amigos Bizarros do Ricardinho".

E a própria sinopse da produção já nos dá algumas pistas: "em personagens reais da vida de Ricardo Lilja, o filme traz a história de um jovem levado ao limite da tensão em um ambiente corporativo. Quando a situação torna-se insuportável, ele cria uma reação estranha: narra aos seus colegas as pequenas e insólitas histórias de seus amigos e familiares na cidade satélite de Viamão, próximo a Porto Alegre".



Assista ao curta gaúcho "Amigos Bizarros do Ricardinho"





Um pouco sobre Liliana Sulzbach
Liliana é Jornalista e mestre em Ciência Política pela UFRGS. Estudou Ciências da Comunicação na Freie Universität Berlin. Sócia-diretora da Tempo Porto Alegre, foi coordenadora de produções e do Núcleo de Cinema e Televisão da Zeppelin Filmes, de 1996 a 2008. Coordenadora Nacional do INPUT (International Public Television Conference) de 2001 a 2004. Trabalhou como produtora independente para a Hamburger Kino Kompanie/Hamburgo, M.Schmiedt Produções, Spiegel TV Alemanha, onde trabalhou em longas-metragens e realizou diversos filmes documentários.

Como diretora atuou em A Invenção da Infância (2000), O Cárcere e a Rua (2004), O Continente de Erico (2005), Um Menino vai para o Colégio (2007), Marleni (Teatro)(2009), A Cidade (2011)(Em finalização).

Como produtora em O Pulso (1997), Sul Sem Fronteiras (2000), Amigos Bizarros do Ricardinho, (2009).

Relatório de encontro (27)

Data: 02/06/2011
Horário: 9h30
Local: Sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Joel, Vanessa e Andreia

Neste enconto começamos as discussões referentes ao livro o Cinema do Real, organizado por Maria Dora Mourão e Amir Labaki . Todos os textos foram retirados do "O É Tudo Verdade? Festival Internacional de Documentários", que faz parte do circuito cultural de São Paulo e do Rio de Janeiro. O evento existe há nove anos e lança um balanço importante das discussões dos últimos quatro anos, ocorridas nas Conferências Internacionais de Documentário, em parceria com o Cinusp, no livro.

A primeira parte do livro, sob o signo da câmera digital, agrupa conferências que partem de questões decorrentes do impacto desta nova tecnologia em confronto com a longa história do documentário, amplamente debatida por Brian Winston e Laurent Roth, tomando como parâmetro a produção européia e americana. A seguir, Russell Porter, Michael Rabiger e Andrés di Tella abordam a produção latino-americana.

Entra em cena, então, o documentário brasileiro, com notáveis intervenções de João Moreira Salles, Eduardo Coutinho, Jorge Furtado, Ismail Xavier e Jean-Claude Bernardet, que constituem um dos pontos altos do livro. As diferentes abordagens convergem sempre para o mesmo ponto, quem quiser alcançar uma visão mais complexa da história recente do país, terá que passar, certamente, pelo documentário brasileiro.

Neste primeiro encontro baseado nos registros do livro, nos debruçamos sobre os dois primeiros capítulos: "A maldição do 'jornalístico' na era digital", de Brian Winston e "A câmera DV: órgão de um corpo em mutação", de Laurent Roth.



Próximo encontro: 10/06, na Sala de estudos do Mestrado em Letras

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Relatório de encontro (26)

Data: 13/05/2011
Horário: 9h30
Local: Sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel, e Vanessa



No encontra desta sexta-feira, as discussões enfocaram o capítulo 4 do livro Ïntrodução do documentário", de Bill Nichols. Intitulado De que tratam os docoumentários, o trecho da obra enfoca o teor dos filmes não-ficcionais. Citações do texto consideradas importantes:

"Para cada documentário, há três histórias que se entrelaçam: a do cineasta, a do filme e a do público." (p.93)

"Os documentários trabalham intensamente para extrair de nós as histórias que trazemos, a fim de estabelecer ligação e não repulsa ou projeção. (...) As suposiçòes e as expectativas que trazemos para o filme, particulamente para o documentário, podem ter um efeito significativo na maneira pela qual o recebemos. Elas são um aspecto daquilo que precisamos levar em conta quando perguntamos de que trata um filme". (p. 97)

"(...) o valor documental dos filmes de não-ficção está em como eles representam visual e auditivamente os tópicos para os quais nossa linguagem escrita e falada fornece conceitos." (p. 98)

"Os documentários normalmente contêm uma tensão entre o específico e o geral, entre momentos únicos da história e generalizações. Sem a generalização, os documentários em potencial seriam pouco mais do que registros de acontecimentos e experiências específicas." (p.99)

Documentário, em geral, abordam "conceitos e questões sobre os quais exista considerável interesse social ou debate." (p.100)

Linguagem pode ser: poética e narrativa, lógica e retórica.

(CONTINUA)


PRÓXIMOS PASSOS

Dando prosseguimento às discussões sobre documentário, a fim de entendermos o que são, do que tratam e de que forma se apresentam, vamos ler o livro O cinema do real, organizado por Maria Dora Mourão e Amir Labaki.


Próximo encontro: 30 de junho de 2011, na Sala de Estudos do Mestrados em Letras.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Relatório de encontro (24)

Data: 22/04/2011
Horário: 9h
Local: Sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel e Andreia

Neste encontro, discutiu-se o capítulo 2 do livro Introdução ao Documentário, de Bill Nichols, que trata sobre em que aspectos os filmes de não-ficção se diferem dos filmes de ficção, ou seja, o que exatamente faz conferir a uma obra o status de documentário. O autor sugere que essas diferenças possam ser desveladas sob os seguintes pontos de vista:

- Estrutura institucional - trata-se de todo um contexto principalmente de natureza comercial, começando pela origem do filme, as empresas que o gestaram, as salas ou canal onde é exibido até a prateleira onde é disposto na locadora.

- Comunidade de profissionais - trata-se das intenções, expectativas e suposições do autor de toda a equipe envolvida acerca da obra, ou seja, o que se quis fazer.

- Montagem de evidência - ao contrário da montagem em continuidade que caracteriza a ficção tradicional, trata-se de uma organização de situações dentro da narrativa orientada por uma lógica informativa e comprobatória, a partir das ligações reais. Isso está ligado à função argumentativa do documentário: quer-se convencer o espectador de uma determinada representação do mundo.

- Público - trata-se das sensações e expectativas dos espectadores quando assistem o filme. Está ligado tanto à aparência da obra quanto à sua tradição, quer dizer, se tem determinadas características, que possibilitem a percepção de estar mais próximo da realidade, cria a sensação de que se está assistindo a um filme de não-ficção.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Análise de doc - Inacreditável: A Batalha dos Aflitos

Lançamento: 2007 (Brasil)
Roteiro: Eduardo BuenoAtores: Luiz Felipe Scolari, Anderson, Patrício, Sandro.
Duração: 87 min
Distribuidora: Beto Souza
Gênero: Documentário

Sinopse: O Grêmio, tradicional time do futebol brasileiro, fora rebaixado à 2ª divisão do Campeonato Brasileiro no ano anterior. O documentário acompanha a trajetória do time no ano de 2005, quando precisou lutar para retornar à elite do futebol nacional, culminando na histórica batalha dos Aflitos, em que o Grêmio derrotou o Náutico, na casa do adversário, com 4 jogadores a menos.











Análise de doc - Sicko

Elenco: Michael Moore.
Direção: Michael Moore
Gênero: Documentário
Duração: 113 min.
Distribuidora: Europa Filmes
Estreia no Brasil: 29 de Fevereiro de 2008

Sinopse: Em 'SOS Saúde' - sobre a Instituição de Saúde Norte-Americana - Moore vira suas armas para as empresas de plano de saúde. Ele encena até um funeral para o cliente de uma dessas empresas que teve um transplante negado. Para evitar uma atenção maior, a operação foi realizada e paga. Segundo o diretor, "Sicko é ‘uma comédia sobre 45 milhões de pessoas sem assistência médica no país mais rico da Terra’".










Comentário pessoal: documentário de excelente qualidade. Além de tratar de um tema super importante, o diretor - que é protagonista do filme também - conduz de forma interessante o longa e dá conta do tema utilizando diversas angulações. Com base no estudo do grupo de pesquisa, eu arriscaria dizer que se trata de um documentário "tradicional", com narrador "sabe-tudo" e depoimentos de pessoas envolvidas no assunto.


terça-feira, 19 de abril de 2011

Relatório de encontro (23)

Data: 14/04/2011
Horário: 10h

Local: Sala de estudos do Mestrado em Letras

Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel, Marília


Neste encontro, revisitamos os dados levantados da Revista Piauí e ficou decidido que a partir da pesquisa empírica quantitativa, partiremos agora para a fase de partir reunião e para interpretação dos dados.

Continuamos a leitura do texto de Nichols, ainda no primeiro capítulo, e decidimos pela redefinição de alguns aspectos da pesquisa. Foram projetados três artigos: um sobre as intersecções literárias e jornalísticas da Revista Piauí; um que analise as adaptações dos aspectos gráficos nas produções literárias publicadas, também na Revista Piauí; e um último tratando deste novo momento da pesquisa, onde iniciamos a análise do audiovisual, mais precisamente documentários, e suas interseções entre ficção, jornalismo e cinema.

Análise de "Doc" - Análise de Doc - Entre os Muros da Escola

Título original: Entre les Murs (The Class EN)
Lançamento: 2007 (França)
Direção: Laurent Cantet
Atores: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaïdja Rachedi.
Duração: 128 min
Gênero: Drama (segundo o IMDB)

Sinopse

François Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor de língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o descaso e a falta de educação são grandes complicadores.

Trailer

Análise de Doc - Valsa com Bashir

Título original: Vals Im Bashir (Vals with Bashir USA - EN)
Lançamento: 2008 (Austrália, Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Israel, Suíça, Estados Unidos) Direção: Ari Folman
Atores: Ron Ben-Yishai, Ronny Dayag, Ari Folman, Dror Harazi.
Duração: 90 min
Gênero: Animação (segundo IMBD)


Sinopse


Num bar um amigo conta ao diretor Ari Folman sobre um sonho constante que tem, no qual é perseguido por 26 cães ferozes. Através da conversa eles concluem que a imagem tem ligação com sua missão na 1ª Guerra do Líbano, no início dos anos 80, quando defendia o exército de Israel. Como Ari nada se lembra sobre o evento, ele passa a buscar e entrevistar seus velhos companheiros da época.


Trailer

Relatório de encontro (22)

Data: 04/03/2011
Horário: 10h
Local: Sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel, Marília, Vanessa

Neste encontro, pré-EGEJ, nos debruçamos sobre a leitura do texto de Bill Nichols, com maior ênfase no capítulo II, que fala sobre os motivos básicos pelos quais os documentários diferem dos outros tipos de filme, e debatemos brevemente sobre os conceitos postos. A conceituação, tanto neste momento, quanto nos momentos anteriores, sempre são direcionadas a trazer exemplos práticos dos modelos propostos pelo autor.

Também entregamos e discutimos preliminarmente sobre os resultados obtidos na pesquisa quantitativa, encerrada durante a última semana, sobre a presença dos gêneros jornalísticos interpretativo e diversional no conteúdo da Revista Piauí.

Como tarefa para o pr'oximo encontro, ficou acordada a leitura dos capítulos 3 e 4 do texto de Nichols e a investigação da presença - ou não - de ficção nas páginas das revistas jåa analisadas.\

Próximo encontro marcado para 14 de abril de 2011, na Sala de Estudos do Mestrados em Letras.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Relatório de encontro (21)

Data: 27/03/2011
Horário: 19h30
Local: Pedro's home
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel e Vanessa



Este encontro foi organizado de maneira extraordinária - realizou-se num domingo à noite - para apreciação da obra audiovisual "Entre os Muros da Escola" em comparação com os conceitos até então estudados nas últimas reuniões deFernão Pessoa Ramos, na obra Mas Afinal, o que é Mesmo Documentário?, e da última leitura realizada pelo grupo da obra de Bill Nichols, Introdução ao Documentário.

Definiu-se parcialmente que se trata de uma obra de ficção e que, para seduzir o seu espectador ela se utiliza de aspectos muito particulares do documentário, como a "câmera na mão". Como a audição levantou diversos outros questionamentos sobre os limites entre "realidade e ficção" - adotando os conceitos de Nichols, toda obra audiovisual, inclusive as que comumente chamamos de ficção, é um "documentário", diferenciando-se apenas na intenção de seu autor - ficou acertado que voltaremos à obra "Entre os Muros da Escola" no próximo encontro, para elucidar maiores esclarecimentos sobre as dúvidas.

De modo a avançar também um passo nas reflexões, acertou-se que todos assistam à obra "Valsa para Bashir", que tem como proposta ser um documentário "realista", mas que se vale de aspectos estéticos como a animação para transmitir sua mensagem.

Tarefas imediatas para o próximo encontro:
Assistir a obra "Valsa para Bashir"
Finalização da leitura da obra de Bill Nichols "Introdução ao documentário"

Próximo encontro: Sexta-feira, 1° de abril, na Sala de estudos do Mestrado em Letras

domingo, 27 de março de 2011

Relatório de encontro (20)

Data: 25/03/2011
Horário: 19h30
Local: Pedro's home
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel, Vanessa e Marília


Neste encontro, os acadêmicos membros do grupo de pesquisa apresentaram os dados encontrados nas 12 edições da revista Piauí de 2010, com relação às reportagens pertencentes aos gêneros jornalísticos diversional e interpretativo. No entanto, no debate sobre a publicação, nos demos conta de que existe, além do jornalismo, conteúdo ficcional no veículo jornalístico. Seções como "Tipos brasileiros", "Ficção", "Poesia", "Quadrinhos" e "The Piaui Herald".

Desta constatação, surgiu a necessidade de olharmos para estas seções da Piauí, procurando analisar como o jornalismo (já que a revista é jornalística) influencia na literatura (conteúdo de ficção), já que antes olhávamos o contrário.

Essa análise acontecerá paralelamente ao estudo sobre documentário e a co-relação entre jornalismo e ficção.

Além disso, consideramos necessário aprofundar o estudo sobre a diferença entre os gêneros jornalísticos interpretativo e diversional com base em outros autores pralém do Marques de Mello. Dessa forma, vamos ler Lia Seixas, Fransiscato, Rodrigues e Carlos Chaparro.


Próximo encontro: domingo, dia 27, no prédio do Pedro Garcia.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Relatório de encontro (19)

Data: 18/03/2011
Horário: 19h30
Local: Sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel e Vanessa

Neste encontro discutimos alguns conceitos colocados por Fernão Pessoa Ramos, na obra Mas Afinal, o que é Mesmo Documentário? e encaminhamos a leitura e Bill Nichols, Introdução ao Documentário.

Foram tiradas também algumas dúvidas sobre as análise das tabelas da Revista Piauí, que estão sendo produzidas pelos bolsistas, e as mesmas deverão ser refeitas. A principal mudança se dá no fato de deixarmos de fora, ao menos neste primeiro momento, a coluna Esquina, por julgarmos que ela é muito híbrida, e seria insuficiente classificá-la apenas em uma das categorias.

Discutiu-se também que dois artigos distintos serão confecionados, tendo como base os dos dados levantados na Piauí. Um deles olhará os gêneros jornalísticos, enquanto que o outro terá sei objetivo na ficcionalidade e na Literatura.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Relatório de encontro (18)

Data: 04/03/2011
Horário: 10h
Local: Sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel e Vanessa.



No primeiro encontro do grupo de pesquisa em 2011 foram dadas algumas diretrizes para o semestre que se inicia. Tendo sido feita um pesquisa empírica e, em cima dela, um artigo sobre o jornalismo diversional e o interpretativo no jornalismo impresso ainda no ano passado, a ideia é passar a analisar a mídia audiovisual a partir de agora.

Antes disto, entretanto, vamos utilizar a mesma metodologia criada para a pesquisa nos jornais Gazeta do Sul e Zero Hora para verificar as complexificações que emergem da aproximação entre literatura e jornalismo na revista Piauí.

Depois, com a participação de outros pesquisadores, mestrandos em Letras da Unisc, vamos dar início à revisão metodológica sobre documentários e sua relação jornalismo-ficção. O recorte audiovisual sobre o qual será feita uma análise pelo grupo ainda não está decidido, mas a busca será feita paralelamente às leituras.



Próxima reunião: 11/03, às 10 horas, no Mestrado em Letras.