domingo, 26 de dezembro de 2010

Relatório de encontro (17)

Data: 10/12/2010
Horário: 14h
Local: Bloco 15 (sala 1507)
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel.


Este foi o último encontro realizado no ano de 2010. Na reunião, foram feitos relatos e avaliações do trabalho desenvolvido durante o ano, além de traçar metas fundamentais para o prosseguimento do projeto.

Ficou clara uma nítida diferença nos dois semestres de trabalho durante o ano de 2010. No primeiro semestre, o objtivo era foi amplo, com momentos de descoberta e definição das linhas mais gerais da pesquisa.

No segundo semestre, com as aproximações realizadas por conta da apresentação do primeiro artigo em congressos nacionais - como o Intercom e o SBPJor - o trabalho ganhou mais corpo e delimitação do objeto mais específicos.

Na avaliação comparativa dos dois semestres, porém, observou-se que no primeiro o trabalho rendeu mais do que no segundo, que foi atrapalhado por compromissos paralelos dos bolsistas.

Como tarefa imediata ao grupo, ficou a incumbência de mapear revitas científicas para a publicação dos artigos que estão em andamento.

***

Com estas análises, foram tomadas as seguintes provisões para serem desenvolvidas durante os próximos meses:

- Foco nas narrativas audiovisuais
- Qualificar os artigos
- Mapear revistas científicas para publicação dos artigos
- Estudos aplicados com relação à metodologias
- Mais empenho dos bolsistas em relação ao grupo

Próxima reunião em data a definir.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Relatório do encontro (16)

Data: 27/11
Horário: 14h
Local: Bloco 15 (sala 1507)
Presentes: Demétrio, Fabiana, Vanessa, Joel.

O objetivo principal deste encontro foi analisar os capítulos do dossiê escritos até o momento. A título de lembrança, o grupo se propôs a desenvolver uma espécie de dossiê sobre a pesquisa empírica desenvolvida por meio de uma metodologia desenvolvida especialmente para a pesquisa que utiliza tabelas. O documento será composto por cinco tópicos:

1- Introdução
2- Metodologia
3- Descrição dos resultados
4- Interpretação a partir dos resultados
5- Conclusão

A partir, então, desse dossiê, pretendemos elaborar artigos científicos para publicizarmos a pesquisa, que é singular no universo dos géneros jornalísticos brasileiros, e seus resultados.

Na 15ª reunião, apresentamos os capítulos 2 e 3. O item “Metodologia” procura explicar como procedemos com a pesquisa quantitativa, ou seja, a partir de quais técnicas chegamos aos resultados, e, principalmente, descrever as tabelas que desenvolvemos, já que estas não existem em lugar algum.

No tópico “Descrição dos resultados” o objetivo foi descrever os números obtidos com a análise dos jornais Gazeta do Sul e Zero Hora a partir dos conceitos de jornalismo diversional e Interpretativo. Procuramos destacar os resultados mais expressivos, inclusive com percentuais comparativos, para facilitar a percepção do que encontramos para a seguir interpretá-los.


Próxima reunião: 10/11/2010, às 14 horas, na sala 1507.

domingo, 14 de novembro de 2010

Relatório de encontro (15)

Data: 12/11
Horário: 14h
Local: Bloco 15 (sala 1507)
Presentes: Demétrio, Vanessa, Joel, Marília e Pedro

O objetivo do encontro foi, em primeira instância, reunir o que cada pesquisador havia coletado em termos de dados quantitativos a partir do corpus selecionado, qual seja, edições dos jornais Gazeta do Sul e Zero Hora correspondentes a um mês. Essa coleta se deu a partir de análise aplicada ao conteúdo das publicações de acordo com categorias estabelecidas anteriormente pelo grupo, e que visavam perceber a evidência das categorias diversional e intepretativo em veículos de caráter generalista, um local e outro regional. Esse levantamento deu origem a tabelas.

Com todo o material reunido, o grupo fez uma análise em conjunto a fim de extrair as primeiras possibilidades de intepretação. Na sequência, foram feitos os encaminhamentos para a produção de um dossiê com base no que foi levantado. Foi discutida a estrutura deste texto e divididas as tarefas. A ideia é que o documento embase artigos a serem enviados para revistas e congressos, uma vez que a pesquisa se encontra em estágio significativamente avançado, já com resultados a serem partilhados.

Próximo encontro: 27/11, 14h.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Relatório do encontro (14)

Data: 29/10
Horário: 14h
Local: Bloco 15 (sala 1507)
Presentes: Demétrio, Fabiana, Vanessa, Marília, Joel

Com a pesquisa quantitativa finalizada, foram levantadas mais discussões sobre a metodologia de análise do material até então apurado. Ficou acordado que os resultados obtidos serão classificados em 7 distintas tabelas, cada um atendendo a um interesse específico dentro dos jornais analisados.

Tabela 1 - Divide os textos dos jornais em categorias: diversional ou interpretativo

Tabela 2 - Classifica os textos conforme sua localização: em alguma caderno específico ou no corpo do jornal

Tabela 3 - Refere-se à frequência com que ocorre a incidência do fenômenos, baseada nos dias da semana.

Tabela 4 - Observa o espaço destiando aos textos: meia página, uma página, mais de uma página

Tabela 5 – Analisa a quantidade de ilustrações utilizadas, divididas em: fotografia, ilustração, infográfico, ou sem nada

Tabela 6 – Atenta para a utilização ou não de assinatura nos textos analisados

Tabela 7 - Verifica a incidência das categorias diversional ou interpretativo em cada uma das edições analisadas na relação dia do mês x quantidade de textos

A data limite para preenchimento das tabelas é a do próximo encontro que será, a princípio, no dia 05/11. Também nesta data, será encaminhada

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Relatório de encontro (13)

Data: 22/10
Horário: 14h
Local: Bloco 15
Presentes: Vanessa, Marília, Pedro, Demétrio

O encontro foi de apresentação e discussão dos resultados parciais da análise do conteúdo dos jornais, que está em andamento. Cada monitor expôs o que havia sido coletado até o momento, e algumas observações interessantes foram registradas. Casos específico deflagrados durante a pesquisa foram analisados.

Também foi feita uma breve avaliação da apresentação do projeto no Seminário de Iniciação Científica da Unisc (SIC), ocorrido na mesma semana.

Foi estipulado como prazo para conclusão da montagem das tabelas o próximo encontro. Na ocasião, será apresentado uma quantificação parcial do material.

sábado, 9 de outubro de 2010

Relatório de encontro (12)

Data: 01/10
Horário: 15h
Local: Sala de Estudos do Mestrado em Letras - bloco 53
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel, Vanessa e Marília


No último encontro, analisamos as definições de Marques de Melo (2010) para os gêneros Interpretativo e Diversional. O autor classifica como Interpretativo, reportagem, dossiê, perfil, enquete e cronologia. Já como diversional, história de interesse humano e história colorida. Será a partir destas definições que colocaremos em prática a pesquisa empírica sobre a Gazeta do Sul e a Zero Hora. Para auxiliar na pesquisa o professor Demétrio sugeriu o livro Metodologia do Conhecimento, do autor Pedro Demo.

Também foi definida no encontro a metodologia que será utilizada na pesquisa, a classificação inicial das matérias será feita pelos alunos, em um trabalho de dupla. Pedro e Vanessa vão fazer a análise do jornal Zero Hora, Joel e Marília farão o mesmo com a Gazeta do Sul. Os jornais analisados são de um período de 30 dias, de 01 a 30 de setembro de 2010. O prazo para preencher as tabelas e classificar as matérias é até o dia 22 de outubro de 2010. Após esta etapa passaremos para a pesquisa quantitativa.


Próximo encontro:
Data: 22/10
Horário: 14 horas
Local: Sala de Estudos do Mestrado em Letras

domingo, 26 de setembro de 2010

Relatório de encontro (11)

Data: 17/09
Horário: 14h
Local: Sala de Estudos do Mestrado em Letras - bloco 15
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel, Vanessa e Marília



Neste último encontro do grupo de pesquisa tivemos três grandes momentos: a apresentação de um novo membro, discussão sobre o Intercom Nacional e elaboração do instrumental prático da nossa pesquisa.

A nova integrante do grupo é a acadêmica de Jornalismo Marília Nascimento, que entra como voluntária. Ela está desenvolvendo seu projeto de monografia sobre jornalismo diversional no formato revista.

Num segundo momento, conversamos sobre a participação da Unisc no Intercom Nacional, que ocorreu em Caxias do Sul, de 3 a 6 de setembro, e contou com a participação de diversos alunos e alguns professores , incluindo membros do grupo de pesquisa, Pedro, Joel, Vanessa e prof. Demétrio. Participamos de diversos momentos, mas, que interessa à nossa discussão, foram dois momentos DT (Divisão Temática) de Jornalismo sobre Gêneros Jornalísticos, que foi coordenado pelo professor e maior pesquisador do assunto atualmente no Brasil, José Marques de Melo. No sábado, os acadêmicos Pedro, Joel e Vanessa participaram da discussão e, na segunda-feira, o prof. Demétrio apresentou o paper Jornalismo diversional e jornalismo interpretativo: diferenças que estabelecem diferenças, escrito por ele e pela professora Fabiana Piccinin. A partir dessa participação, o presente grupo de pesquisa passa a fazer parte deste GT da Intercom, o que só tem a agregar ao nosso estudo, somando discussões e como forma de integrar-nos às pesquisas sobre gêneros. Outro ponto importante a destacar é que contatamos que a nosso olhar sobre o jornalismo diversional é singular, não há outros pesquisadores fazendo o mesmo que nós.

Ainda sobre o Intercom, destacamos e discutimos sobre alguns textos que foram apresentados no congresso os quais consideramos importantes para fomentar a discussão do grupo. O “eu” que reporta, autoria na revista piaui, de Géssica Gabrieli VALENTINI, e Biografias, entre o jornalismo, a historia e a literatura, de Victor GENTILLI, Carolina Maria Moreira ALVES, Livia CostaBERNABÉ, Luma Poletti DUTRA e Simone Lima AZEVEDO.

Seguindo a discussão, partimos para um momento chave da pesquisa em andamento. Preparamos a primeira pesquisa empírica do grupo. Definimos o objeto de estudo, partindo do jornalismo impresso diário, que ficou estabelecido como Gazeta do Sul e Zero Hora; o período da pesquisa será de 30 dias, de 01 a 30 de setembro de 2010; e a ferramenta de trabalho, que será uma tabela que conterá os dados das notícias e reportagens que se enquadram em jornalismo interpretativo e diversional. O referencial teórico, que tem origem nas discussões do grupo até então e do livro mais recente de Marques de Melo, organizado em parceria com Fransciso de Assis, Gêneros jornalísticos no Brasil. Mais detalhes sobre o referencial no post anterior, A caminho da primeira visada empírica.

Próximo encontro:
Data: 24/09
Horário: 14 horas
Local: Sala de Estudos do Mestrado em Letras

sábado, 25 de setembro de 2010

A caminho da primeira visada empírica

Conforme acordamos no encontro da semana passada, 17, nosso grupo de pesquisa começa a se preparar para a primeira pesquisa empírica, tendo como objeto jornalismo impresso diário.

O primeiro passo - definição do corpus e problema de pesquisa - já foram resolvidos na semana passada.

Amanhã, 24, será o momento de aprofundarmos a discussão em torno dos gêneros e categorias que nos servirão como norte na pesquisa.

Sem entrar em maiores detalhes, podemos adiantar que serão analisadas as categorias interpretativo e diversional, que requerem conceituação.

Por jornalismo interpretativo vamos entender aquele que, a partir do grau de noticiabilidade dos acontecimentos e liberdade estilística, permite não apenas o posicionamento do autor do texto como uma interpretação/explicação mais contextualizada do conteúdo por parte de quem tenha acesso a ele. (SOSTER, PICCININ, 2010)

Os gêneros que compõem o jornalismo interpretativo, segundo José Marques de Melo (2010), são:

DOSSIÊ. Mosaico destinado a facilitar a compreensão dos fatos noticiosos. Condensação de dados sob a forma de "boxes", ilustrados com gráficos, mapas ou tabelas. Trata-se de matéria destinada a complementar as narrativas principais de uma edição.

PERFIL. Relato biográfico sintético, identificando os "agentes" noticiosos.

ENQUETE. Relato das narrativas ou pontos de vista de cidadãos aleatoriamente escolhidos.

CRONOLOGIA. Reconstituição de acontecimentos de acordo com variedades temporais (secular, anual, semanal, horária). Destina-se a reconstruir o fluxo das ocorrências, permitindo sua melhor compreensão pelo receptor.

A estes, e considerando que a interpretação também representa uma forma de aprofundar a informação, acrescemos a REPORTAGEM.

Assim, compõem a categoria JORNALISMO INTERPRETATIVO os gêneros REPORTAGEM, DOSSIÊ, PERFIL, ENQUETE E CRONOLOGIA.

Por jornalismo diversional, sob outro ângulo, como já havíamos adiantado, vamos entender, uma forma de jornalismo que engloba textos que, "(...) fincados no real, procuram dar uma aparência romanesca aos fatos e personagens captados pelo repórter" (MARQUES DE MELO, 1985, p.22).

Por esta perspectiva, a natureza diversional desse tipo de jornalismo está no resgate das formas literárias de expressão: uso de recursos como flashbacks, digressões, diálogos, aprofundamentos psicológicos etc. para estabelecer suas narrativas.

Dada a profusão de nomenclaturas que surgiram após a categorização de Marques de Melo, e em consonância com o que sugere o Dicionário de Comunicação (2009), utilizaremos, na pesquisa, jornalismo diversional como sinônimo de a) jornalismo literário, b) literatura de realidade (ou não ficcional), c) jornalismo em profundidade, ou, ainda, d) jornalismo de autor.

Os gêneros que compõem o jornalismo diversional, novamente de acordo com José Marques de Melo (2010), são:

HISTÓRIA DE INTERESSE HUMANO. Narrativa que privilegia facetas particulares dos agentes noticiosos. Recorrendo a artifícios literários, emergem dimensões inusitadas de protagonistas anônimos ou traços que humanizam os "olimpianos".

HISTÓRIA COLORIDA. Relatos de natureza pictórica, privilegiando tons e matizes na reconstituição de cenários noticiosos. Trata-se de uma leitura impressionaista, que penetra no âmago dos acontecimentos, identificando detalhes enriquecedores, capazes de iluminar a ação de agentes principais e secundários.

Assim, compõem a categoria JORNALISMO DIVERSIONAL os gêneros HISTÓRIA DE INTERESSE HUMANO E HISTÓRIA COLORIDA.

REFERÊNCIAS

BELTRÃO, Luiz. Jornalismo opinativo. Porto Alegre: Sulina, Ari, 1980.

MARCONDES FILHO, Ciro (org.). Dicionário da Comunicação. São Paulo: Paulus, 2009.

MARQUES DE MELO, José; ASSIS, Francisco de. Gêneros jornalísticos no Brasil. São Paulo: Metodista, 2010.

MARQUES DE MELO, José. A opinião no jornalismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.

SEIXAS, Lia. Redefinindo os gêneros jornalísticos: proposta de novos critérios de classificação. Disponível em: [http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/seixas-classificacao-2009.pdf] Acesso em: 5 de fevereiro de 2009.

PICCININ, Fabiana; SOSTER, Demétrio de Azeredo. Jornalismo diversional e jornalismo interpretativo: diferenças que estabelecem diferenças. In: XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Intercom. 2010. Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Anais.

sábado, 21 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Relatório de encontro (10)

Data: 04/08
Horário: 15h30
Local: bloco 15
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel e Vanessa


Neste encontro demos continuidade à discussão sobre os conceitos abordados no Dicionário de Teoria da Narrativa, de Carlos Reis e Ana Cristina Lopes. Tendo apreendido o significado dos termos autor, narrador e diegese atribuídos pelos autores, nos debruçamos na conceituação de narratário, narrativa, narrador autodiegético, narrador homodiegético e narrador heterodiegético.

Iniciamos refletindo sobre as possíveis situações narrativas em que o autor pode desenvolver seu discurso, são elas: narrador autodiegético, homodiegético ou heterodiegético. Partindo do conceito de que o narrador é aquele que atua na obra literária como conjunto de escolhas - estilísticas, narrativas, etc - do autor, quando o narrador relata as suas próprias experiências, como personagem central da história, ele é autodiegético. Quando ele conta uma história a qual é estranho, uma vez que não a vivenciou, apenas testemunhou, é heterodiegético. Por último, o narrador homodiegético é aquele que veicula informações advindas da sua própria experiência diegética, pois vivenciou a história como personagem, no entanto, diferente do autodiegético que é protagonista, este é alguém secundário.

Num segundo momento, abordamos o termo narrativa. Entendida como ato de relatar, a narrativa é composta por dois aspectos: a história (diegese, conteúdo) e pelo discurso (expressão). Reis e Lopes, na descrição deste conceito, apontam características dominantes do processo narrativo, tais como distanciamento, alteridade, exteriorização, atitude neutra e dinâmica temporal. No entanto, resolvemos adotar tais elementos como estratégias narrativas, ao invés de características, por considerarmos que são opções do narrador, e não pressupostos.

A parte do Dicionário que gerou maior discussão entre o grupo de pesquisa foi o significado de narratário. De complicado apreensão à primeira vista, concluímos que ele é uma entidade fictícia criada pelo narrador, que também é fictício e foi criado pelo autor. Assim, o narratário é uma ferramenta do narrador, nem sempre visível, mas que determina a estratégia narrativa do discurso.


-Para o próximo encontro, a professora Fabiana vai trazer o documentário Nós que aqui estamos, por vós esperamos, de Marcelo Marsagão, e o professor Demétrio traz uma reportagem da revista Piauí para que possamos identificar os conceitos do Dicionário de Teoria da Narrativa nestas narrativas para finalizarmos esta conceituação.

-Ainda na próxima reunião, faremos a discussão sobre o texto O Narrador, de Walter Benjamin.


Próximo encontro:

Data: 13/08
Horário: 14h
Local: Sala de Estudos do Mestrado em Letras

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Relatório de encontro (9)

Data: 23/07
Horário: 9h
Local: sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro e Joel

No encontro desta semana iniciamos a leitura da obra de Carlos Reis & Ana Cristina Lopes, Dicionário de Teoria da Narrativa. Nos debruçamos inicialmente em dois conceitos fundamentais da obra: autor, narrativa. A diegese também foi superficialmente abordada.

Quanto ao autor literário, concluimos parcialmente que ele pode ser considerado escritor quando dá um tratamento artístico, estilístico, rebuscado as palavras - procura demontrar sua arte através delas - e considerado escrevente quando apenas trata as palavras de maneira a testemunhar, explicar, ensinar - certas vezes até didaticamente - o fato escolhido com as suas palavras. Ficou claro que o jornalista na prátcica diária da sua profissão se aproxima mais do escrevente ao escritor.

No que diz respeito ao narrador, observamos que ele se confunde algumas vezes com aspectos inerentes do prórpio autor, por ser uma linha bastante tênue. E tantas vezes, o próprio autor - numa opção pessoal - se propõe a isso, de maneira a confundir o leitor que se envolva com a biografia e história de vida do artista. Aprofundando o conceito, o narrador atua na obra literária como conjunto de escolhas - estilísticas, narrativas, etc - do autor.

Ao final do encontro, realizamos uma breve análise da obra "História Sem Título", de Anton Tchecov onde localizamos alguns aspectos dos conceitos abordados na discussão do dia.

- Para a próxima reunião, ficou acordada a continuidade na discussão de fragmentos do Dicionário de Teoria da Narrativa de Carlos Reis & Ana Cristina Lopes, desta vez nos seguintes pontos: ficcionalidade, gênero narrativo, história, narração, narrador, narratário, narrativa, narratividade, narrador autodiegético, narrador heterodiegético, narrador homodiegético. Também vamos abordar, conforme o tempo disponível, o texto O Narrador de Walter Benjamin além do documentário "Nós que aqui estamos, por vós esperamos" de Marcelo Marsagão, para enriquecer o debate.


- O próximo encontro ficou marcado para 04/08, quarta-feira, às 15h30, na Sala de Estudos do Mestrado em Letras, localizado no 4° andar do bloco 53 (local ainda a confirmar).

sábado, 31 de julho de 2010

Paper do grupo será apresentada em Caxias do Sul

A primeira ação de maior visibilidade de nosso grupo de pesquisa terá lugar dia 6 de setembro, em Caxias do Sul, quanto apresentaremos o paper "Jornalismo diversional e jornalismo interpretativo: diferenças que estabelecem diferenças" no Intercom.

Partimos do pressuposto, no paper, que, em um determinado cenário, de profunda imersão tecnológica, gêneros jornalísticos que pareciam relegados a um segundo plano de importância - caso do interpretativo e do diversional - emergem como forma, entre outros, de emprestar mais identidade e credibilidades aos jornais, revistas etc.

Há de se observar que, em comum, tanto diversional quanto interpretativo se valem da literatura para estabelecer seus discursos.

A mesa que participaremos na Intercom, que se realiza das 14 às 18 horas do dia 6 de setembro, terá como tema "Do jornalismo diversional ao jornalismo humanizado: múltiplas perspectivas", e a coordenação é de José Marques de Melo.

Confira aqui a programação completa.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Relatório de encontro (8)

Data: 09/07
Horário: 9h
Local: sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Vanessa, Pedro e Joel

O ponto de partida da discussão foi a obra A Estética, de Denis Huisme, sobretudo alguns capítulos desta, que tratam da arte enquanto conceito formal e da arte sob olhares de diversos campos do conhecimento, como o sociológico e o psicanalítico.
Quanto à definição de arte, Huisme propõe que a essência de uma manifestação estética está na sua oposição à realidade - quanto mais distante do real é uma obra, mais artística ela é. Sob outro viés, entende que uma obra ganha o status de artística na medida em que seduz o seu receptor, causando-lhe uma sensação positiva, um prazer. Assim, ao contrário do que é vulgarmente repetido, não é a qualidade que acusa a arte em uma obra, e sim sua capacidade de envolver o receptor.
Todas essas ideias provocam interrogações quando nos debruçamos sobre a motivação de nossa pesquisa, qual seja, estudar as intersecções entre jornalismo e literatura. Se literatura é arte, e arte é fuga do real, essa aproximação torna-se complexa, visto que o objeto do jornalismo invariavelmente remete à realidade. Ainda, se a arte encontra seu propósito em si mesma, sem intencionalidades, mais uma vez esse diálogo com o jornalismo se complexifica, já que este existe por uma função eminente, a de informar.
Por outro lado, verifica-se um número cada vez maior de exemplos de produtos jornalísticos que se apropriam de elementos estéticos, buscando uma identidade diferenciada em relação ao jornalismo praticado secular e cotidianamente, e buscando acima de tudo provocar determinadas sensações em seu receptor - tal qual faz a arte.
Numa tentativa inicial de esquematizar um processo que culmine na intersecção propriamente dita do jornalismo com a literatura, o grupo identificou os seguintes pontos-chave: tradição e critérios, aprendizado com as linguagens, deslocamento de atenção para outros recursos, agente gerador epistemológico, agente gerador epistemológico social.

- À bolsista foi delegada a tarefa de elaborar a primeira versão de um paper que descreva os passos trilhados até o momento pelo grupo.

- Ao grupo foram sugeridas as leituras de O que pesquisar quer dizer, de Juremir Machado da Silva, e Dicionário de Teoria da Narrativa, de Carlos Reis e Ana Cristina Lopes. As leituras devem pautar a discussão do próximo encontro.

- O próximo encontro ficou marcado para 23/07, sexta-feira, às 14h, na sala de estudos do Mestrado em Letras.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Relatório de encontro (7)

Data: 25/06
Horário: 9h
Local: sala de estudos do Mestrado em Letras
Presentes: Demétrio, Fabiana, Vanessa, Pedro e Joel


Aspectos trabalhados:

1. Neste encontro, abordamos, principalmente, mas não só, o livro O mal estar na civilização, de Sigmund Freud. O fato do mal estar ser algo inato ao ser humano, e que ele utiliza de três formas para escapar do desconforto, a arte/conhecimento, os narcóticos e a religião, foi um dos aspectos levantados na reunião. Fizemos uma ponte entre a obra de Freud, a de Arlindo Machado (Arte e Mídia) e  a de Benjamin (A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica), associando a arte com a comunicação e o jornalismo.

2. Encaminhamento da leitura de trecho do livro A estética (página 72 a 116).


PRÓXIMO ENCONTRO: 02/06, às 9h, ena sala de estudos do Mestrado em Letras.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Relatório de encontro (6)

Data: 18/06
Horário: 14h
Local: sala de estudos do
Mestrado em Letras
Presentes: Fabiana, Vanessa, Pedro e Joel

Aspectos trabalhados:

1. Neste encontro, abordamos mais especificamente as obras Arte e Midia, de Arlindo Machado e A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, de Walter Benjamin. Em consonância, tanto Benjamin quanto Machado percebem a arte como mutável, sofrendo influência direta da sua época. Por outro lado, Machado expõe e exmplifica as possibilidades das artes visuais mais recentes (o cinema mais especificamente) enquanto que Benjamin as enxerga com um certo pessimismo, compreensível pela época na qual escreveu sua obra. Foram citados também alguns conceitos da obra O que é arte, de Jorge Coli que ajudaram a elucidar o tema central proposto para esta reunião.

2. Reencaminhamento da leitura de O mal estar na civilização, de Sigmund Freud e encaminhamento de uma análise da emissão televisiva Hoje é dia de Maria, dirigida por Luiz Fernando de Carvalho e veiculada na Rede Globo em 2005.

3. Para o próximo encontro, assumimos a incumbência de fazer a leitura completa da obra O mal estar na civilização, de Sigmund Freud, e não de fragmentos, como havia se acordado anteriormente além de uma nova análise da bibliografia vista nesta reunião.

PRÓXIMO ENCONTRO: 26/06, às 14h, em local ainda a definir
Colegas,
no encontro de sexta-feira discutimos os caminhos que a arte vem trilhando em tempos de tecnologia avançada e industrialização da cultura. Um dos pontos sobre os quais concordamos foi que são cada vez mais presentes as obras que ultrapassam as fronteiras de gêneros e se permitem experimentar elementos que são próprios de outros tipos de manifestações estéticas. Como, por exemplo, quando atores interagem no palco com um vídeo projetado na parede.

Quanto ao cinema especificamente, como comentamos, o que vem sendo feito de mais interessante nos últimos anos a nível global são aproximações inteligentes entre o ficcional e o documental - chegando ao ponto de ser difícil distinguí-los. Três filmes recentes ilustram bem essa tendência. Na minha opinião, aliás, foram os melhores lançados no ano passado, indiscutivelmente.


Valsa com Bashir (Líbano/Israel) foi o que comentei na reunião. Vejam só a miscelânea: é em parte um documentário tradicional, com depoimentos e imagens de arquivo. Mas também há narrativa ficcional (como na cena de abertura, que se trata de um sonho). E mais: o diretor é protagonista e o filme é quase todo EM ANIMAÇÃO.


Aquele Querido Mês de Agosto é um filme português e incrivelmente original, diferente de qualquer coisa que já assistimos. Aqui, além de ficção e documentário (o filme faz um giro por festas populares do interior do país), os bastidores das filmagens também ganham evidência.



Por fim, o francês Entre os Muros da Escola, que ganhou em Cannes no ano passado (ou retrasado?). Praticamente todo ambientado em uma sala de aula de escola pública de Paris, o filme é todo ficcional, a não ser pelo fato de que os (não) atores interpretam eles mesmos. Digo, os alunos são mesmo alunos, os professores são mesmo professores e os nomes reais são preservados. O fato é que as interpretações são tão críveis que sentimos estar diante de um vídeo antropológico.

Além de altamente recomendáveis, os três títulos são importantíssimos, penso eu, para entendermos o cinema de hoje.




sábado, 12 de junho de 2010

leituras

E aí povo, como vão as leituras?
O texto do Coli, eu penso que é bastante interessante, por ser didático para gente no que toca à questão da arte.
Objetivo. direto. simples. Tipo texto jornalístico (rs,rs).
O do Freud, ao reler, me foi ainda mais intenso e bom, em que pese o fato de ter pensado que vocês, talvez, tenham achado ele muito distante do nosso propósito que é discutir os limites da arte e dos produtos culturais.
A questão dele, na verdade, parece anterior a isso, na medida em que para falar de arte, Freud vai tratar da angústia inata da condição humana. Ao se descobrir só neste mundo, a melancolia do indivíduo só pode ser gerenciada por satisfações substitutivas, como ele mesmo diz, entre as quais se inclui a arte.
O do Benjamin é bom porque trata do que estava acontecendo naquele momento - primeira metade do século XX - a partir da possibilidade técnica de reprodução das obras de arte ao infinito. A nova condição estaria retirando da arte sua aura na medida em que a dessacralizaria.
Agora, é importante perceber que Benjamin, ao mesmo que tempo que faz a crítica aos efeitos que a técnica está provocando na produção estética, antecipa o que Arlindo Machado trata com mais densidade no conceito artemedia, ao dizer que as novas condições técnicas podem sim produzir uma rediscussão sobre o próprio conceito de arte. O que é arte pode mudar no tempo e no contexto.
Assim, acho que teremos uma boa discussão no próximo encontro quando chamaremos esses autores para o diálogo na questão arte X indústria cultural. Não acham???

quarta-feira, 2 de junho de 2010

"O que é arte", de Jorge Coli

Pessoas, encontrei a resenha que fiz do livrinho O que é arte (Brasiliense, 1981), de Jorge Coli, para a disciplina Estética e Cultura Midiática. Não sei se nos valerá, mas de qualquer forma, aí está. Se alguém se interessar, tenho um exemplar em casa.




A arte, para nós

A dificuldade do desafio o qual Jorge Coli pretende enfrentar em O que é arte é assumida pelo próprio, logo nas linhas iniciais do livrinho. Se reconhecer que determinado produto se trata de uma obra de arte é tarefa simples para qualquer um, entender o porquê da decisão e elaborar um suporte teórico a partir dela é algo extremamente complicado. Por meio de uma riquíssima costura de referências e dados históricos, o especialista da Unicamp e crítico da Folha de São Paulo acata a missão e cumpre-a.


A resposta à pergunta-título surge, aliás, sem grandes rodeios nos primeiros parágrafos. A idéia principal, que permeará todo o texto, é a de que há instrumentos, locais e instituições responsáveis pela atribuição do estatuto de arte à uma obra. E, ainda mais importante, que essas ferramentas são absolutamente indissociáveis da cultura na qual estão inseridas. Ou seja, a determinação do que é arte e o que não é, está diretamente relacionada à cultura e ao momento vivido pela sociedade em questão.


O discurso de profissionais autorizados é talvez o instrumento principal de decisão. A palavra de críticos, historiadores, peritos, curadores de museus é reconhecida por nós como determinante. Quando fala-se de locais previstos, considera-se que museus e galerias garantem ao material exposto a etiqueta de “arte”. E quanto às instituições, entende-se, por exemplo, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que protege obras arquitetônicas, invariavelmente conferindo à elas o título de “artística”. O autor conclui:


[...]

O importante é termos em mente que o estatuto da arte não parte de uma definição abstrata, lógica ou teórica, de conceito, mas de atribuições feitas por instrumentos de nossa cultura, dignificando os objetos sobre os quais ela recai.


Essencial ressaltar que, além de determinar o que é arte, esses instrumentos, em especial o discurso crítico, também estabelecem uma hierarquia entre as obras; dispõe-nas em uma ordem de excelências, classificando uma como maior que outra. Daí surge a idéia de “obra-prima”, que seria a peça excepcional em relação às demais (a partir de uma escola, uma década ou um autor).


Ao defender que os critérios de decisão estão ligados à cultura, o autor abre caminho para uma série de discussões. Uma delas diz respeito ao consenso. Dificilmente haverá unanimidade no reconhecimento do valor artístico da obra, mas uma maioria é suficiente para atestar. O interessante é que este consenso não é imutável, pelo contrário, evolui na história. Portanto, o que não foi arte em seu período de origem pode ser reconhecido como arte, hoje.


Outro ponto pertinente é que há objetos que perderam seus papéis de outrora para, então, serem titulados como artísticos. Há peças que originalmente serviam apenas para alguma função prática e que, levadas para museus, transformaram-se em produtos a serem exclusivamente admirados (utensílios domésticos antigos, por exemplo). Outros elementos possuíam funções sociais, econômicas ou religiosas que se dissolveram com o tempo e as mudanças na sociedade. Como exemplo, a ópera, que já foi popular e lucrativa, e hoje é freqüentada unicamente com propósito de apreciação cultural.


A questão do estilo também merece nossa atenção. Como definição, os elementos recorrentes nas obras de um autor, que permitem associá-lo e associá-las à determinada vanguarda. O problema é que esse processo de agrupamento é complexo e depende apenas parcialmente dos tópicos estilísticos, o que muitas vezes é ignorado em taxações apressadas e inadequadas. Coli resgata o pintor Fra Angélico como exemplo:


[...]

É gótico ou renascentista? Podemos perguntar se há necessidade de escolher um rótulo qualquer [...], pois o importante não é assimilar seu estilo ao que supomos seja o gótico ou a pintura de Renascença, mas descobrir o que o artista revela como preocupações, como visão, qual a sua especificidade entre as artes de seu tempo.


Por fim, destacamos as reflexões mais aprofundadas sobre a relação do indivíduo com o objeto artístico. Ainda que, como já dissemos, o rótulo de arte seja atribuído por meio de instrumentos da cultura, algumas peças nos parecem imanentemente possuidoras de valor, acima de qualquer coisa – os grandes títulos universais e atemporais . Tudo isso, no entanto, não passa de projeção. As obras são o que são, “para nós”.


Somada à idéia anterior de que os objetos perdem suas funções primitivas para se tornarem arte, essa relação acaba por distanciar a obra de seu público, justamente porque seu sentido original foi alterado. Ou então, no caso de uma peça que sempre foi artística, porque seu “destinatário” e a situação em que foi produzida, mudaram. Há também fatores de ordem material que se colocam entre nós e a obra: degradação, perda de qualidade, coloração, tonalidade, etc.


Assim, a separação de seu contexto inicial torna a obra de difícil acesso para nós – mais ou menos de acordo com o nível de conhecimento, mas a distância nunca é completamente eliminada. Apreciamos o objeto artístico, atribuindo à ele as significações de nossa cultura. E é esta idéia que traduz perfeitamente o resultado obtido por Jorge Coli neste excelente e altamente recomendável livrinho.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica

O texto abaixo, em PDF, é o "A obra de arte da era de sua reprodutibilidade técnica", de Walter Benjamim.

Freud e Benjamin

Pessoal:

Segue também em PDF o texto clássico "A obra de arte na época da reprodutibilidade técnica" do Walter Benjamin.

Gostaria de lembrar a todos que se aventurarão nas leituras que o Benjamin, apesar de ser um dos frankfurtianos mais leves, é um frankfurtiano, o que demanda relativizarmos sua falta de fé na produção artística.



Já quanto a Freud, este foi muito criticado por este seu texto também pelo pessimismo.

Mas lembrem-se, estamos num momento de ascensão do nazismo e todas estas figuras estão muito incomodadas e assustadas com essa ameaça.



Boa leitura para vocês.

E sobretudo menos tanatos e mais eros a todos.

O mal estar da civilização

Gente, abaixo o texto "O mal estar da civilização", de Sigmund Freud, em PDF.

Relatorio de encontro (5)

Data: 01/06
Horário: 14h
Local: sala da coordenaçao do curso de Comunicaçao
Presentes: Demétrio, Fabiana, Vanessa, Pedro e Joel


Aspectos trabalhados:

1. Na reunião de hoje, houve duas grandes mudanças no nosso projeto. A primeira delas é a entrada de um novo membro, um novo pesquisador. O aluno de Jornalismo, Joel Haas, de agora em diante colaborará com a pesquisa, postará no blog e todo o restante. A segunda, é que reestruturamos o projeto de pesquisa. Mudamos no sentido de que alargamos o objeto de estudo e, também, as bibliografias. Ao invés de nos focarmos apenas no jornalismo diversional, vamos trabalhar com a intersecçao da literatura com o jornalismo, no que toca as semelhançcas e as diferenças entre eles. No que um se apropria do outro e vice e versa.

2. Encaminhamento das leituras de Arte e Midia, de Arlindo Machado; A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, de Walter Benjamin; e O mal estar na civilização, de Sigmund Freud.

3. Para o próximo encontro, assumimos a tarefa de fazer as leituras indicadas e trazer outras possíveis, que possam colaborarcom a pesquisa.

PRÓXIMO ENCONTRO: 18/06, às 14h

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Relatório de encontro (4)

Data: 20/04
Horário: 15h30
Local: Sala 1507
Presentes: Demétrio, Fabiana, Vanessa e Pedro


Aspectos trabalhados:

1. Discutiu-se o conceito de atualidade, com base em autores como Lage, Franciscato, Erbolatto e Alsina. Definiu-se que nos apropriaremos do termo como sinônimo de "acontecimento imediato, recente do ponto de vista temporal";

2. Encaminhamento das leituras de A construção da notícia (Alsina, 2009), de Miquel Rodrigo Alsina; As técnicas da comunicação e da informação (Presença, 1999), de Adriano Duarte Rodrigues; e A atualidade no jornalismo, de Carlos Eduardo Franciscato (disponível em: http://www.crisluc.arq.br/A%20atualidade%20no%20jornalismo.pdf).

3. Para o próximo encontro, assumimos a tarefa de concluir a pesquisa por obras publicadas na primeira metade do século passado bem como a revisão da tabela de análise.

PRÓXIMO ENCONTRO: 07/05, 14h

sábado, 10 de abril de 2010

Telejornalismo literário

Pessoal:


Para contribuir com a nossa discussão, gostaria de falar sobre um livro que estou lendo que trata do que o próprio autor chama de "telejornalismo literário". A discussão tem origem num estudo de caso do programa Linha Direta, exibido pela Rede Globo até 2007, que denunciava casos de violência, em boa parte, descobertos e selecionados a partir de notificações feitas pelos próprios telespectadores à redação.


Bem, para o autor Tiago Cruz, a busca dos recursos da literatura para compor a narrativa telejornalística é uma maneira de estetizar essa narração como saída do programa, ao lidar com temas tão difíceis do mundo da violência, sobretudo doméstica, no caso de Linha Direta.


Essa aproximação resulta numa narrativa, conforme a proposta do livro, qualificada como romance-reportagem, caracterizada pelo uso de personagens (ainda que não ficcionais aqui tratados como personagens), metáforas, digressões que se unem ao texto jornalístico convencional.


Uma vez que o programa parte da reconstituição de determinada história, com o uso inclusive de atores, tem-se de fato uma narrativa construída sob forte influência da dramaturgia que, por sua vez, justamente chama atenção, sob a ótica do autor, por não comprometer o caráter documental do programa. Lembremos que este se apresenta como jornalístico e que busca honrar este compromisso.


Em que pese o programa ser polêmico pela temática e sua abordagem, penso que vale falarmos sobre a sua narrativa. Atualmente a grande crítica que pesa sobre Linha Direta é, principalmente, a tentativa de arvorar para si um papel que é do Estado, mais especificamente da Justiça. Assim, espero as considerações de vocês nos próximos encontros. Para tanto segue a referência e a disponibilidade de empréstimo para quem se interessar.

CRUZ, Tiago. Linha Direta e o telejornalismo diário. Ponta Grossa: UEPG, 2007.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Relatório de encontro (3)

Data: 08/04
Horário: 10h
Local: Coordenação do curso de Comunicação Social.
Presentes: Demétrio, Vanessa e Pedro


Aspectos trabalhados:

1. Discussão sobre as mudanças no projeto da pesquisa, tais como atualização na bibliografia, confecção de um cronograma de trabalho e aprofundamento da metodologia.

2. Discussão sobre texto a ser apresentado no Intercom, em Caxias do Sul, de 2 a 6 de setembro de 2010.

3. Encaminhamento da leitura de Letra impressa: comunicação, cultura e sociedade (Sulina, 2009), organizado por Eduardo Granja Coutinho e Márcio Souza Gonçalves.

4. Apresentação do livro Jornalismo e Literatura em convergência (Atica, 2007), de Marcelo Bulhões, e da pesquisa sobre as obras classificadas como jornalismo diversional que foram lançadas até 1950 (que podem ser acompanhadas na barra lateral do blog). A partir desta análise, revimos nossa conceituação teórica sobre o gênero diversional (ver post anterior) e vamos fazer uso e aprofundar o conceito de atualidade.

5. Para o próximo encontro vamos procurar por obras publicadas de 1950 até 2000.

PRÓXIMO ENCONTRO: 20/04, 15h30, na coordenação do Curso de Comunicação Social.

Uma descoberta importante

A reunião do grupo de pesquisa realizada hoje pela manhã, na Unisc, foi particularmente importante porque constatamos que, para que possamos avançar no sentido de identificar as origens do jornalismo diversional, será preciso não levar tão em conta o suporte.


Explico: havíamos combinado, ainda no início da pesquisa, que prestaríamos atenção, em termos de busca, nos livros escritos de forma diversional, não considerando, por exemplo, as matérias desse gênero publicadas em jornais e revistas.

O problema é que, por esse viés; caso consideremos apenas o suporte livro, nos primeiros 50 anos do século 20, por exemplo, temos quase que somente Euclides da Cunha e seu Os Sertões em termos de origens.

Em este espectro de alargando para as páginas dos jornais e revistas, no entanto, novos e importantes nomes passam a integrar a lista, caso de João do Rio, e, mais tarde, Edgar Morel e Joel Silveira, para ficarmos em três dos mais famosos.

Então, vamos deixar o suporte um pouco de lado neste momento e sigamos nosso garimpo em direção às manifestações discursivas.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Pessoal:

Quero repercutir o post da Vanessa. Estou gostando muito de reler Os Sertões. Li esse livro ainda na faculdade e na época o achei árido, quase sem poesia, com o perdão da heresia. Hoje o sabor é bem outro. Muito melhor. (A passagem do tempo, afinal, tem que servir para alguma coisa além da coleção de marcas e rugas.)

Bem, à parte a digressão, além do texto da Barbara indicado pela Vanessa ser interessante e oportuno, - até porque coloca em cheque as categorizações tão caras à nossa discussão - achei importante trazer para os nossos registros as bibliografias que ela usa e que, possivelmente, serão oportunas para nós. Para que isso não se perca segue abaixo a lista:

ABREU, Allan de. "New Journalism: A experiência literária no Jornalismo". Revista Etecetera, número 19, 2006. http://www.revistaetcetera.com.br/19/new_journalism/2.htm

ANDRADE, Olímpio de Souza. História e Interpretação de Os Sertões. Org. e Int. Walnice Nogueira Galvão: 4ª. edição. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2002.

ARCOVERDE, Wilson. "Oito livros para entender o novo jornalismo". http://www.rabisco.com.br/21/jornalismo.htm

BORGES, Luís. "O romance-reportagem e a denúncia social no Brasil", 2001. http://www.diariopopular.com.br/21_08_01/artigo.html

BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira, São Paulo: Cultrix, 1980.

CUNHA, Euclides da. "Coleção de periódicos do jornal O Estado de S. Paulo entre julho de 1897 e janeiro de 1898". (Campanha de Canudos).

__________________. Os Sertões. Organização de Leopoldo Bernucci. São Paulo:Ateliê, 2002.

DEL GUERRA, Rodolpho. Conhecendo Euclides da Cunha. Volume II, 1998.

HERMMAN, Jacqueline. "Canudos Destruído em Nome da República", 1996.

http://www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/artg3-4.pdf.

JORGE, Sebastião. "O Repórter Euclides da Cunha". Observatório da Imprensa, 21/8/2002.
MARTINS,Wilson. Discursos acadêmicos (II). JB online, 29/10/2005.

http://www.jornaldepoesia.jor.br/wilsonmartins111.html

quinta-feira, 11 de março de 2010

As singularidades de O Mago

O texto abaixo dá acesso à versão em PDF da monografia de Letícia Mendes Pacheco, defendida na Unisc no segundo semestre no ano passado.


Como o título sugere, trata-se, aqui, de compreender onde se encaixam as biografias de natureza jornalística à luz das categorias conceituais do jornalismo.

Trabalho brilhante, que denota o estágio de amadurecimento da pesquisa em jornalismo desde a etapa de graduação.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Por que jornalismo diversional?

Na reunião de hoje, a segunda de nosso grupo de pesquisa, realizamos uma discussão muito interessante a respeito da categoria que utilizaríamos para observar nosso objetivo de pesquisa, ou seja, como se estabelece as intersecções entre o jornalismo e a literatura.

A opção recaiu sobre a categoria jornalismo diversional, nos moldes propostos inicialmente por José Marques de Melo (1985).

Ou seja, àquela forma de jornalismo que engloba textos que, "(...) fincados no real, procuram dar uma aparência romanesca aos fatos e personagens captados pelo repórter" (1985, p.22).

Por esta perspectiva, a natureza diversional desse tipo de jornalismo está no resgate "(...) das formas literárias de expressão": uso de recursos como flashbacks, digressões, diálogos, aprofundamentos psicológicos etc. para estabelecer suas narrativas.

Dada a profusão de nomenclaturas que surgiram após a categorização de Marques de Melo, e em consonância com o que sugere o Dicionário de Comunicação (2009), utilizaremos, na pesquisa, jornalismo diversional como sinônimo de a) jornalismo literário, b) literatura de realidade (ou não ficcional), c) jornalismo em profundidade, ou, ainda, d) jornalismo de autor.

Mas no que, afinal, o jornalismo diversional se diferencia, por exemplo, do interpretativo, visto por Luiz Beltrão (1980) como sinônimo de "reportagem em profundidade" e considerando que ambos não têm amarras estilísticas?

Basicamente porque, neste, o que está em jogo é a realidade contextual, sendo que o objeto tem valor de notícia e há uma preocupação clara em fazer o leitor compreender/interpretar o que está posto no texto (SEIXAS, 2009, p. 66).

Sua intenção, e estrutura, estão voltadas no sentido de ajudar o leitor na compreensão do assunto em questão, enquanto que, no diversional, esta preocupação não existe.

Deveremos ter cuidado, no entanto, e ainda que nossa opção analítica sejam os textos diversionais em livro, de não vincular as categorias discursivas ao suporte em que eventualmente se encontram, mesmo sabendo que o dispositivo influi na forma como o discurso se estabelece.

Ou seja, achar que diversional é sinônimo de livro e interpretativo, de revista.

Basicamente porque reduziria a importância de nosso objeto.

Falaremos disso mais adiante.

Fontes utilizadas neste post:

BELTRÃO, Luiz. Jornalismo opinativo. Porto Alegre: Sulina, Ari, 1980.
MARCONDES FILHO, Ciro. Dicionário de Comunicação. São Paulo: Paulus, 2009.
MARQUES DE MELO, José. A opinião no jornalismo brasileiro. Vozes: Petrópolis, 1985
SEIXAS, Lia. Redefinindo os gêneros jornalísticos: proposta de novos critérios de classificação. Disponível em: [http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/seixas-classificacao-2009.pdf] Acesso em: 5 de fevereiro de 2009.

Ponto de partida

A partir de hoje começa, realmente, nossa pesquisa de campo. Já embasados teoricamente e com os conceitos traçados, vamos em busca dos nossos objetivos. O primeiro deles é estudar as origens do gênero diversional no Brasil. Para tanto, o nosso ponto de partida será a obra de Euclides da Cunha, Os Sertões.

Originado de matérias publicadas no jornal O Estado de S. Paulo nos anos de 1897 e 1898 pelo próprio Euclides, o livro foi publicado em dezembro de 1902 e é considerado o primeiro livro-reportagem do jornalismo brasileiro. 

Num primeiro momento, nosso foco se concentrará em verificar os livros-reportagem publicados desde Os sertões, portanto, a partir de 1902, até 1950. O resultado pode ser acompanhado na barra lateral esquerda do blog ao longo das próximos dias.


Quer saber mais sobre o livro e sua relação com o jornalismo? Leia o texto baseado no trabalho de conclusão de curso de Bárbara Dal Fabbro, disponível no site Observatório da Imprensa.

Relatório de encontro de trabalho

Data: 10/03
Horário: 14h-15h
Local: Agência Experimental de Jornalismo
Presentes: Demétrio, Fabiana, Vanessa, Pedro

Aspectos trabalhados

1 o dia e horário dos encontros foram alterados para sextas-feiras às 10h, a cada quinze dias

2 delimitamos o foco de nossa pesquisa em torno do gênero JORNALISMO DIVERSIONAL publicado em livro.
XXX2.1 nesta filtragem, fica excluído o que consideramos Jornalismo Interpretativo, apesar das semelhanças entre os segmentos.
XXX2.2 os critérios de delimitação dos objetos de estudo são: textos não ficcionais mas que se utilizam de elementos próprios da literatura; cuja narrativa foca-se em acontecimentos ou personagens; cuja autoria mantenha algum diálogo estabelecido com a instituição jornalística; avalizados como jornalísticos por algum sistema de reconhecimento (selos, apresentações)

3 a próxima etapa da pesquisa será o mapeamento histórico de obras brasileiras que atendem a estes critérios
XXX3.1 a partir de agora até o próximo encontro, cada integrante ficará responsável por buscar títulos para o mapeamento, publicados na primeira metade do século passado (tomando como ponto de partida a publicação de Os Sertões, de Euclides da Cunha)
XXX3.2 os títulos encontrados deverão ser partilhados no blog e levados para o próximo encontro para discussão

PRÓXIMO ENCONTRO: 26/03, 10h, Agência Experimental

segunda-feira, 8 de março de 2010

Pessoas não gostam de porcarias

Nesta entrevista, veiculada no Youtube pela Rede Minas, o jornalista Humberto Werneck fala sobre jornalismo, em especial sobre a qualidade dos textos que freqüentam os jornais nos dias que se seguem.

Para quarta, 10

Gente, para a próxima reunião, na quarta, 10, fecharemos alguns conceitos com os quais vamos trabalhar daqui para a frente. Também realizaremos, nesse dia, o plano geral de trabalho para a segunda etapa, de mapeamento da produção. Abraço a todos e até lá.

quinta-feira, 4 de março de 2010

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Relatório

No primeiro encontro de trabalho, foram trabalhados os seguintes aspectos:

1 questões formais de trabalho:
    1.1 Nossos encontros serão quinzenais, sempre a partir das 14 horas de quarta-feira. Esta data pode ser alterada conforme a necessidade.
    1.2 Os relatórios serão feitos após o término de cada encontro, sempre por um componente diferente do grupo.
    1.3 O coordenador do grupo ficará responsável pela criação de um registro bibliográfico das leituras feitas
    1.4 O aluno Pedro Piccoli Garcia criará um blog para o grupo, cujo nome será Jornalismo e Literatura: interfaces e intersecções
    1.5 Este blog servirá para registramos o andamento dos trabalhos do grupo, com links para atividades realizadas por outros pesquisadores, publicações etc.

2 questões voltadas à pesquisa:
    2.1 realizamos uma releitura da evolução da discussão envolvendo categorias e gêneros jornalísticos a partir de Luiz Beltrão (1980) e José Marques de Melo (1985), considerando, nestas, as discussões atuais.
    2.2 Foram sugeridas ao grupo as leituras de CHAPARRO, LIMA, MARCONDES FILHO e SEIXAS, além dos autores supracitados.
    2.3 Combinamos que o foco das leituras até o próximo encontro se dará em torno da questão envolvendo os gêneros diversional e interpretativo, para somente então darmos o prosseguimento do próximo passo.

PRÓXIMO ENCONTRO: 10/03, 14h, Agência Experimental