sexta-feira, 12 de março de 2010

Pessoal:

Quero repercutir o post da Vanessa. Estou gostando muito de reler Os Sertões. Li esse livro ainda na faculdade e na época o achei árido, quase sem poesia, com o perdão da heresia. Hoje o sabor é bem outro. Muito melhor. (A passagem do tempo, afinal, tem que servir para alguma coisa além da coleção de marcas e rugas.)

Bem, à parte a digressão, além do texto da Barbara indicado pela Vanessa ser interessante e oportuno, - até porque coloca em cheque as categorizações tão caras à nossa discussão - achei importante trazer para os nossos registros as bibliografias que ela usa e que, possivelmente, serão oportunas para nós. Para que isso não se perca segue abaixo a lista:

ABREU, Allan de. "New Journalism: A experiência literária no Jornalismo". Revista Etecetera, número 19, 2006. http://www.revistaetcetera.com.br/19/new_journalism/2.htm

ANDRADE, Olímpio de Souza. História e Interpretação de Os Sertões. Org. e Int. Walnice Nogueira Galvão: 4ª. edição. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2002.

ARCOVERDE, Wilson. "Oito livros para entender o novo jornalismo". http://www.rabisco.com.br/21/jornalismo.htm

BORGES, Luís. "O romance-reportagem e a denúncia social no Brasil", 2001. http://www.diariopopular.com.br/21_08_01/artigo.html

BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira, São Paulo: Cultrix, 1980.

CUNHA, Euclides da. "Coleção de periódicos do jornal O Estado de S. Paulo entre julho de 1897 e janeiro de 1898". (Campanha de Canudos).

__________________. Os Sertões. Organização de Leopoldo Bernucci. São Paulo:Ateliê, 2002.

DEL GUERRA, Rodolpho. Conhecendo Euclides da Cunha. Volume II, 1998.

HERMMAN, Jacqueline. "Canudos Destruído em Nome da República", 1996.

http://www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/artg3-4.pdf.

JORGE, Sebastião. "O Repórter Euclides da Cunha". Observatório da Imprensa, 21/8/2002.
MARTINS,Wilson. Discursos acadêmicos (II). JB online, 29/10/2005.

http://www.jornaldepoesia.jor.br/wilsonmartins111.html

quinta-feira, 11 de março de 2010

As singularidades de O Mago

O texto abaixo dá acesso à versão em PDF da monografia de Letícia Mendes Pacheco, defendida na Unisc no segundo semestre no ano passado.


Como o título sugere, trata-se, aqui, de compreender onde se encaixam as biografias de natureza jornalística à luz das categorias conceituais do jornalismo.

Trabalho brilhante, que denota o estágio de amadurecimento da pesquisa em jornalismo desde a etapa de graduação.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Por que jornalismo diversional?

Na reunião de hoje, a segunda de nosso grupo de pesquisa, realizamos uma discussão muito interessante a respeito da categoria que utilizaríamos para observar nosso objetivo de pesquisa, ou seja, como se estabelece as intersecções entre o jornalismo e a literatura.

A opção recaiu sobre a categoria jornalismo diversional, nos moldes propostos inicialmente por José Marques de Melo (1985).

Ou seja, àquela forma de jornalismo que engloba textos que, "(...) fincados no real, procuram dar uma aparência romanesca aos fatos e personagens captados pelo repórter" (1985, p.22).

Por esta perspectiva, a natureza diversional desse tipo de jornalismo está no resgate "(...) das formas literárias de expressão": uso de recursos como flashbacks, digressões, diálogos, aprofundamentos psicológicos etc. para estabelecer suas narrativas.

Dada a profusão de nomenclaturas que surgiram após a categorização de Marques de Melo, e em consonância com o que sugere o Dicionário de Comunicação (2009), utilizaremos, na pesquisa, jornalismo diversional como sinônimo de a) jornalismo literário, b) literatura de realidade (ou não ficcional), c) jornalismo em profundidade, ou, ainda, d) jornalismo de autor.

Mas no que, afinal, o jornalismo diversional se diferencia, por exemplo, do interpretativo, visto por Luiz Beltrão (1980) como sinônimo de "reportagem em profundidade" e considerando que ambos não têm amarras estilísticas?

Basicamente porque, neste, o que está em jogo é a realidade contextual, sendo que o objeto tem valor de notícia e há uma preocupação clara em fazer o leitor compreender/interpretar o que está posto no texto (SEIXAS, 2009, p. 66).

Sua intenção, e estrutura, estão voltadas no sentido de ajudar o leitor na compreensão do assunto em questão, enquanto que, no diversional, esta preocupação não existe.

Deveremos ter cuidado, no entanto, e ainda que nossa opção analítica sejam os textos diversionais em livro, de não vincular as categorias discursivas ao suporte em que eventualmente se encontram, mesmo sabendo que o dispositivo influi na forma como o discurso se estabelece.

Ou seja, achar que diversional é sinônimo de livro e interpretativo, de revista.

Basicamente porque reduziria a importância de nosso objeto.

Falaremos disso mais adiante.

Fontes utilizadas neste post:

BELTRÃO, Luiz. Jornalismo opinativo. Porto Alegre: Sulina, Ari, 1980.
MARCONDES FILHO, Ciro. Dicionário de Comunicação. São Paulo: Paulus, 2009.
MARQUES DE MELO, José. A opinião no jornalismo brasileiro. Vozes: Petrópolis, 1985
SEIXAS, Lia. Redefinindo os gêneros jornalísticos: proposta de novos critérios de classificação. Disponível em: [http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/seixas-classificacao-2009.pdf] Acesso em: 5 de fevereiro de 2009.

Ponto de partida

A partir de hoje começa, realmente, nossa pesquisa de campo. Já embasados teoricamente e com os conceitos traçados, vamos em busca dos nossos objetivos. O primeiro deles é estudar as origens do gênero diversional no Brasil. Para tanto, o nosso ponto de partida será a obra de Euclides da Cunha, Os Sertões.

Originado de matérias publicadas no jornal O Estado de S. Paulo nos anos de 1897 e 1898 pelo próprio Euclides, o livro foi publicado em dezembro de 1902 e é considerado o primeiro livro-reportagem do jornalismo brasileiro. 

Num primeiro momento, nosso foco se concentrará em verificar os livros-reportagem publicados desde Os sertões, portanto, a partir de 1902, até 1950. O resultado pode ser acompanhado na barra lateral esquerda do blog ao longo das próximos dias.


Quer saber mais sobre o livro e sua relação com o jornalismo? Leia o texto baseado no trabalho de conclusão de curso de Bárbara Dal Fabbro, disponível no site Observatório da Imprensa.

Relatório de encontro de trabalho

Data: 10/03
Horário: 14h-15h
Local: Agência Experimental de Jornalismo
Presentes: Demétrio, Fabiana, Vanessa, Pedro

Aspectos trabalhados

1 o dia e horário dos encontros foram alterados para sextas-feiras às 10h, a cada quinze dias

2 delimitamos o foco de nossa pesquisa em torno do gênero JORNALISMO DIVERSIONAL publicado em livro.
XXX2.1 nesta filtragem, fica excluído o que consideramos Jornalismo Interpretativo, apesar das semelhanças entre os segmentos.
XXX2.2 os critérios de delimitação dos objetos de estudo são: textos não ficcionais mas que se utilizam de elementos próprios da literatura; cuja narrativa foca-se em acontecimentos ou personagens; cuja autoria mantenha algum diálogo estabelecido com a instituição jornalística; avalizados como jornalísticos por algum sistema de reconhecimento (selos, apresentações)

3 a próxima etapa da pesquisa será o mapeamento histórico de obras brasileiras que atendem a estes critérios
XXX3.1 a partir de agora até o próximo encontro, cada integrante ficará responsável por buscar títulos para o mapeamento, publicados na primeira metade do século passado (tomando como ponto de partida a publicação de Os Sertões, de Euclides da Cunha)
XXX3.2 os títulos encontrados deverão ser partilhados no blog e levados para o próximo encontro para discussão

PRÓXIMO ENCONTRO: 26/03, 10h, Agência Experimental

segunda-feira, 8 de março de 2010

Pessoas não gostam de porcarias

Nesta entrevista, veiculada no Youtube pela Rede Minas, o jornalista Humberto Werneck fala sobre jornalismo, em especial sobre a qualidade dos textos que freqüentam os jornais nos dias que se seguem.

Para quarta, 10

Gente, para a próxima reunião, na quarta, 10, fecharemos alguns conceitos com os quais vamos trabalhar daqui para a frente. Também realizaremos, nesse dia, o plano geral de trabalho para a segunda etapa, de mapeamento da produção. Abraço a todos e até lá.

quinta-feira, 4 de março de 2010