quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Relatório de encontro (10)

Data: 04/08
Horário: 15h30
Local: bloco 15
Presentes: Demétrio, Fabiana, Pedro, Joel e Vanessa


Neste encontro demos continuidade à discussão sobre os conceitos abordados no Dicionário de Teoria da Narrativa, de Carlos Reis e Ana Cristina Lopes. Tendo apreendido o significado dos termos autor, narrador e diegese atribuídos pelos autores, nos debruçamos na conceituação de narratário, narrativa, narrador autodiegético, narrador homodiegético e narrador heterodiegético.

Iniciamos refletindo sobre as possíveis situações narrativas em que o autor pode desenvolver seu discurso, são elas: narrador autodiegético, homodiegético ou heterodiegético. Partindo do conceito de que o narrador é aquele que atua na obra literária como conjunto de escolhas - estilísticas, narrativas, etc - do autor, quando o narrador relata as suas próprias experiências, como personagem central da história, ele é autodiegético. Quando ele conta uma história a qual é estranho, uma vez que não a vivenciou, apenas testemunhou, é heterodiegético. Por último, o narrador homodiegético é aquele que veicula informações advindas da sua própria experiência diegética, pois vivenciou a história como personagem, no entanto, diferente do autodiegético que é protagonista, este é alguém secundário.

Num segundo momento, abordamos o termo narrativa. Entendida como ato de relatar, a narrativa é composta por dois aspectos: a história (diegese, conteúdo) e pelo discurso (expressão). Reis e Lopes, na descrição deste conceito, apontam características dominantes do processo narrativo, tais como distanciamento, alteridade, exteriorização, atitude neutra e dinâmica temporal. No entanto, resolvemos adotar tais elementos como estratégias narrativas, ao invés de características, por considerarmos que são opções do narrador, e não pressupostos.

A parte do Dicionário que gerou maior discussão entre o grupo de pesquisa foi o significado de narratário. De complicado apreensão à primeira vista, concluímos que ele é uma entidade fictícia criada pelo narrador, que também é fictício e foi criado pelo autor. Assim, o narratário é uma ferramenta do narrador, nem sempre visível, mas que determina a estratégia narrativa do discurso.


-Para o próximo encontro, a professora Fabiana vai trazer o documentário Nós que aqui estamos, por vós esperamos, de Marcelo Marsagão, e o professor Demétrio traz uma reportagem da revista Piauí para que possamos identificar os conceitos do Dicionário de Teoria da Narrativa nestas narrativas para finalizarmos esta conceituação.

-Ainda na próxima reunião, faremos a discussão sobre o texto O Narrador, de Walter Benjamin.


Próximo encontro:

Data: 13/08
Horário: 14h
Local: Sala de Estudos do Mestrado em Letras

Um comentário:

  1. Van:

    Tá bom o poder de síntese, dado o fato que o teu relatório foi fruto de uma "celeuma" no último encontro.

    Um reparo apenas: o verbete é narratário.

    bj

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