domingo, 30 de outubro de 2011

Relatório de encontro (36)

Data: 21/10/2011
Local: Sala do Mestrado em Letras da Unisc
Hora: 8h30
Presentes: Fabiana Piccinin, Joel Haas, Vanessa Kannenberg, Andreia Bueno, Fred Carlos, Adriano Moritz, César Steffen, Ana

Começamos este encontro dando prosseguimento à retomada das principais bibliografias já utilizadas no nosso grupo de pesquisa. Assim, o primeiro a apresentar leitura nesta reunião foi o voluntário Fred Carlos, com o resumo do livro Artemídia, de Arlindo Machado.

ARTEMÍDIA DE ARLINDO MACHADO

(De R$ 15,52 a R$ 20,60 em livrarias de todo o Brasil)

O texto de Arlindo Machado propõe novos conceitos, novos paradigmas e novos portocolos no tratamento científico com a arte. O autor parte do princípio de que a arte contém as tecnologias do seu tempo, e que estas modificam de maneira direta qualquer análise feita das produções em seus respectivos períodos históricos. Além disso, é recorrente no discurso de Machado de citar que, na nossa época, os limites da arte com a tecnologia estão cada vez mais tênues.

Num segundo momento, o autor propõe um novo paradigma e coloca o conceito de artemídia - assim mesmo, aglutinado - como uma nova abordagem ética e de uma estética eletrônica. É a arte como metalinguagem da mídia. Por fim, Machado argumenta que o não reconhecimento das novas formas de arte passam por um menosprezo, arrogância e antipatia de muitos críticos, que por um dito purismo, não levam em consideração as manifestações modernas.

HOJE É DIA DE MARIA É ARTEMÍDIA? E A PROPGANDA NAZISTA DE GOEBBELS?

(Com site oficial no ar até hoje no Globo.com)
Dentre os muitos exemplos citados pelos integrantes do grupo e do autor, um dos que mais soressai é o da minissérie veiculada pela Rede Globo em 2006 "Hoje é Dia de Maria". Com um roteiro, fotografia e estruturas até subversivas no que tange o meio o qual foi veiculada, a televisão, Hoje É Dia de Maria foi um marco no que chamemos, pois, de artemídia brasileira. Teve altos índices de audiência - recepção positiva pela massa telespectadora - e foi aclamado pela crítica mais aberta as novidades.

O professor Adriano Moritz também trouxe exemplos da propaganda nazista na Alemanha do período entre guerras e que de certa forma "legitimou" a ascenção do regime totalitarista na nação germânica. Partindo da vulnerabilidade social provocada pela prostração dos alemães com as humilhações impostas pela Tríplice Entente após a vitória na Primeira Guerra Mundial, Goebbels e os co-partidários se utilizaram do clima para convencer a nação de que Hitler e a SS eram a solução. Isto através de cartazes nas ruas, cinema, etc. O conjunto da obra de propaganda nazista pode também se enquadrar como artemídia.
Trailer da minissérie "Hoje é dia de Maria"


JAGUARIBE E O CHOQUE DO REAL

(De R$ 19,20 a R$ 29,00 em livrarias de todo o Brasil)
Seguindo na nossa retomada, o professor Adriano Moritz fez um breve resumo dos conceitos do livro Choque do Real - Estética, mídia e Cultura, da pesquisadora Beatriz Jaguaribe. Os conceitos trabalhados por ela entram em consonância com as pesquisas e tese da professora Fabiana Piccinin, diga-se de passagem. Jaguaribe chama atenção para a estética, na arte em geral brasileira, do real exagerado ou o que ela também chama de pedagogia da realidade. Esse fenômeno emerge com obras como os filmes/livros Cidade de Deus e Carandiru, que prometem entregar a "realidade" ao espectador/leitor. Segundo a autora isso pode emergir da necessidade psicológica do ser humano qu precisa contar a sua história para que ela lhe faça sentido.

Outro conceito muito forte presente no texto de Jaguaribe é o "real mais real que o real". As gelatinosas e fluidas relações na sociedade pós-moderna nos deixam, por vezes, apáticos e insensíveis a muitas atrocidades cometidas no dia-a-dia, já que a violência e a insegurança tem espaço de destaque nos Meios de Comunicação de Massa (MCM). Assim, o choque do real nos coloca novamente de volta ou pelo menos em contato com a "realidade" do mundo. Os MCM, aliás, que tem papel fundamental no cenário pós-moderno, pois são eles que auxiliam ou por vezes até constrõem as narrativas nas nossas vidas.

A ANÁLISE PRÁGMATICA DA NARRATIVA JORNALÍSTICA: O MÉTODO DE LUIZ MOTTA
(Disponível para leitura nos anais do Intercom)
Luiz Gonzaga Motta é um dos pesquisadores que estuda como as narrativas têm papel fundamental nas nossas diárias construções de sentido através dos fatos da vida. No artigo que aqui iniciamos a leitura o autor propõe um método de análise das narrativas jornalísticas. Ele divide o processo em seis grandes movimentos. Segundo Motta, a ordem de aplicação dos movimentos é dinâmica, dependendo exclusivamente do caso a ser analisado.

No próximo encontro a professora Fabiana seguirá na apresentação do método e vamos discutir a possível aplicação empírica dele em nossas futuras análises.


PRÓXIMO ENCONTRO

Nosso próximo encontro acontece na mística data de 11 de novembro de 2011 (11/11/11), na Sala de Estudos do Mestrado em Letras da Unisc. Para esta reunião, além do estudo do método de análises das narratvas jornalísticas de Motta, estão programadas as duas últimas leituras da nossa retomada teórica que foi feita nas últimas semanas:

Jornalismo e literatura em convergência, de Marcelo Bulhões - com Andreia Bueno
O universo das imagens técnicas, de Vilém Flusser - com César Steffen

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